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Foto/Divulgação: Julia Passos

O evento está sendo realizado no Palácio Tiradentes, sede histórica da Assembleia Legislativa, e vai até sexta-feira (08/11).

 

No terceiro dia da Jornada G20, evento promovido pelo Fórum da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), especialistas debateram nesta quarta-feira (06/11) inovação social e soluções comunitárias nas periferias. O empreendedorismo nas favelas foi apontado como uma importante alternativa dos moradores para o crescimento profissional.

Joelma Alcântara, gestora de Recursos Humanos, montou um escritório na Associação de Moradores de Nova Brasília, no Complexo do Alemão e inovou ao criar um modelo de negócio que apoia a comunidade com serviços de documentação. A empresa, fundada em 2016, já atendeu a mais de 20 mil moradores. “Nossa maior demanda é ajudar na construção de currículos, pois muitos chegam desorganizados, o que dificulta a busca por emprego. Um currículo bem-feito é essencial para passar na etapa inicial de um processo seletivo e oferecer essa oportunidade à comunidade é também uma forma de promover inclusão social e o acesso ao mercado de trabalho”, contou.

 

Joelma ainda destacou que o empreendedorismo tem sido um caminho promissor para os moradores, mas enfatizou que a verdadeira transformação da qualidade de vida na periferia passa por investimentos em educação e inclusão. “Para a favela vencer de verdade é essencial buscar conhecimento e ampliar as oportunidades, oferecendo ferramentas que capacitem as pessoas a alcançarem o mercado de trabalho e a empreenderem com autonomia,” afirmou.

Novas ideias, velhos desafios

Os palestrantes apontaram que as novas tecnologias têm dado mais oportunidades aos moradores de comunidades, mas elas não são capazes de alterar os desafios e preconceitos vividos por essas pessoas no dia a dia.

A coordenadora de Comunidades da Gerência de Empreendedorismo Social do Sebrae RJ, Juliana Oliveira, destacou que os empreendedores da favela convivem com outro cenário quando o assunto é assumir riscos inerentes ao negócio. “Eles não podem errar tanto porque, muitas vezes, errar significa não ter dinheiro para sobreviver no mês seguinte”, afirmou.

Assistente social do Centro de Cultura Popular da Baixada Fluminense, Patrícia Lyra abordou os desafios que os empreendedores periféricos enfrentam para conquistar visibilidade e oportunidades no mercado. “Quando falamos dos empreendedores de favelas, sabemos que o caminho é diferente, os espaços são limitados e as oportunidades, escassas. Ainda assim, reconhecemos a força e a determinação com que eles buscam ocupar esses espaços. Empreender na favela é um desafio imenso, mas a capacidade de superação é o que impulsiona esses empreendedores a persistirem, mesmo diante de tantas barreiras,” disse.

Além de vencer as adversidades, a sócia da JR Bordados, Vitória Gonçalves, ressaltou que precisou enfrentar muitos preconceitos para comercializar a marca. A empresa é responsável pelo boné com estampa “CPX”, uma abreviação para Complexo do Alemão, que viralizou nas redes sociais em 2022. “Recebemos apoio dos próprios clientes que se identificaram com a gente e fizeram barulho para mostrar que não tínhamos nenhum envolvimento com o crime como na época foi insinuado”, relatou.

Também participaram do debate a jornalista e investidora em startups, Malu Fernandes, e o diretor da EloGroup, Luiz Paulo Senra.

Confira a programação dos próximos dias de debates:

7 de Novembro (14 às 17h)

• Tema 1 – Science (S20): Inteligência Artificial e Bioeconomia: Caminhos Éticos e Inovadores para o Desenvolvimento Sustentável

Debate sobre o uso da inteligência artificial para impulsionar a bioeconomia, destacando seus desafios éticos e o impacto nas áreas de saúde, agricultura e energia.

• Tema 2 – Oceans 20 (O20): Economia Azul e a Proteção dos Oceanos: Estratégias para um Futuro Sustentável

Discussão sobre como a economia azul pode promover o crescimento econômico sustentável sem comprometer os ecossistemas oceânicos, com foco na pesca sustentável, energia renovável marinha e turismo ecológico.

8 de Novembro (10h às 14h)

• Tema 1 – Y20: Juventude e Empreendedorismo Social: Transformando Desafios em Oportunidades

Reflexão sobre o papel da juventude no empreendedorismo social, destacando iniciativas que geram impacto econômico e social positivo nas comunidades.

• Tema 2 – W20: Empoderamento Feminino e Igualdade de Gênero nas Economias Globais

Discussão sobre a importância da participação feminina nas esferas econômicas e políticas, com foco em políticas que promovam igualdade de gênero.

Fonte: Alerj

 

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