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Foto/Divulgação

O presidente do Crea-RJ, Miguel Fernández, testou pela primeira vez a nova tecnologia do Crea para verificação dos responsáveis técnicos por obras e serviços


Três mil homens e mulheres trabalham em ritmo frenético para transformar o Parque Olímpico, na Barra da

Tijuca, na sede do maior festival de música e entretenimento do mundo, o Rock in Rio, que está celebrando 40 anos. A dez dias da estreia, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), engenheiro Miguel Fernández, e uma equipe de fiscalização do Conselho fizeram nesta terça-feira, dia 3, uma visita técnica ao canteiro de obras que está fervilhando, na Avenida Salvador Allende s/nº, que liga Jacarepaguá ao Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Todo mundo de equipamento de proteção individual circulando de um lado para o outro, transportando material em empilhadeiras, soldando estruturas de ferro e serrando madeiras para montar os 84 estandes. Os palcos já estão prontos.

A visita do Crea-RJ ao Rock in Rio faz parte de uma iniciativa da Equipe de Trabalho para Grandes Eventos, criada pelo presidente, que já atuou na fiscalização de 103 eventos este ano, entre os quais o desfile das escolas de samba do Grupo Especial e o show de Madonna, em Copacabana. A função principal da fiscalização do Crea é o exercício legal da profissão. Com isso, o Crea-RJ contribui com a sociedade ao reduzir os riscos nos eventos. Ao levantar as empresas e profissionais encarregados dos serviços de engenharia, o Crea permite que as autoridades possam rastrear mais facilmente os responsáveis técnicos pelos eventos e, desse modo, estabelecer a responsabilidade por eventuais falhas.


Entusiasmado com o que viu nos bastidores do festival, o presidente do Crea-RJ, Miguel Fernández, testou pela primeira vez a nova tecnologia do Crea para verificação dos responsáveis técnicos por obras e serviços: o emprego de QR-Code.

 

“Desde o início do mandato, em janeiro, a gente vem com uma comissão de fiscalização de megaeventos e evoluindo a cada ação. E dessa vez a gente vem com uma novidade, que é fazer a verificação de responsável técnico por QR-Code. Aquele profissional ou cidadão que quiser saber quem é o responsável técnico por uma obra ou serviço pode com seu próprio celular acessar as informações”, afirmou o presidente, explicando que “dessa forma, vamos garantir que sempre se tenha acesso aos responsáveis técnicos e segurança para esse grande evento que é o Rock in Rio. São milhares de profissionais trabalhando, centenas de empresas envolvidas e é uma alegria estar fazendo parte di
 O responsável técnico pela montagem da Cidade do Rock, o engenheiro Jackson Pessanha, destacou que a presença do Crea-RJ é “um selo de garantia para a obra”:


“Estamos há seis meses montando a Cidade do Rock. Hoje (terça-feira, dia 3) estamos recebendo a visita do Crea. O Crea é superimportante no contexto da engenharia nacional e na fiscalização do exercício profissional e das várias empresas que atuam aqui. A presença do Crea-RJ aqui é um selo de garantia para a obra. Isso dá uma tranquilidade para todos nós”, afirmou Pessanha, que está à frente de um time de engenheiros civis, eletricistas, mecânicos, hidráulicos, além de arquitetos.


A fiscalização do Crea-RJ já constatou até o momento a atuação de 152 engenheiros de 75 empresas que já registraram no Crea cerca de 500 Anotações de Responsabilidade Técnica (ART). Obras como a da tirolesa, uma das maiores sensações da Cidade do Rock, exibem placas com os números da ART para facilitar o trabalho da fiscalização.


O superintendente técnico do Crea-RJ, o engenheiro civil Leonardo Dutra, coordena os trabalhos de fiscalização do Crea na Cidade do Rock.

 

“Neste megaevento, que gera 25 mil empregos, extremamente importante para os nossos profissionais, estamos presentes com uma equipe de oito pessoas da fiscalização para garantir o exercício profissional e construir uma engenharia mais forte”, afirma Dutra, lembrando que a novidade tecnológica do QR-Code é um avanço para dar ainda mais transparência e contribuir para a segurança do evento.


A equipe do Crea-RJ foi recebida pela gerente de legalizações do Rock in Rio, a advogada Mayana Figueiredo, que forneceu todas as informações pedidas pelos fiscais.


Para apresentar 500 horas de shows, a Cidade do Rock tem dez torres de delay e uma estrutura de fornecimento de energia elétrica capaz de manter acesa uma cidade com população equivalente à de Nilópolis, na Baixada Fluminense, que tem cerca de 146 mil habitantes. Os palcos Mundo, Sunset, Global Village, Espaço Favela, New Dance Order e Supernova têm geradores com 2.500 Kwa, cada. As 11 subestações de energia fornecem cada uma 1.200 Kwa.


“Aqui temos estruturas de aço, fundações superficiais, instalações hidráulicas ficam por trás dos estandes. Tudo aqui funciona à base de eletricidade. Você imagina uma cidade com 145 mil habitantes (120 mil pessoas do público e mais 25 mil pessoas trabalhando). Tem muito município brasileiro que não tem esse número de habitantes. Todo mundo consumindo energia, água…É um grande desafio manter isso aqui funcionando”, explica Jackson Pessanha.


O engenheiro eletricista da TV Globo, Derick Correa, pela terceira vez no megaevento, é o encarregado de montar os geradores e distribuir a energia para os pontos da emissora oficial responsável pela transmissão dos shows. Ele comanda uma equipe de 50 profissionais cuja principal tarefa é oferecer “energia garantida”, aquela que funciona 24 horas por dia e não pode falhar nunca.


À parte todo o entretenimento, a Cidade do Rock dá também um show de tecnologia de ponta em obras, na qual a engenharia é protagonista. Este ano foram instalados, por exemplo, sensores de presença nos banheiros para fazer a fila andar mais rápido. São oito ilhas de sanitários, com um total de 1.200 vasos sanitários e 600 mictórios.


Para prevenir incêndios, o Rock in Rio vai usar a tecnologia de ignifugação, que dá aos materiais maior resistência ao fogo. O tratamento ignifugante foi feito principalmente na cidade cenográfica da Global Village, que tem, entre outras, reproduções da Casa Branca, de um iglu e de um pagode chinês. O recurso é um investimento seguro, que beneficia os ambientes e assegura o potencial de combate a incêndios. A Global Village, que deve ocupar 7.500 metros quadrados, da Cidade do Rock, vai proporcionar uma experiência imersiva totalmente inédita no festival, contando com uma robusta cenografia inspirada em ícones arquitetônicos dos seis continentes. Ali as pessoas poderão andar por uma longa via, entrar em lojas e experimentar as riquezas gastronômicas de diversos países.


“A parte técnica da engenharia é de suma importância nesse evento. Com base no masterplan, fizemos toda a logística do terreno numa área de 338 mil metros quadrados, com 75 mil metros quadrados de área construída, para atender os parceiros, clientes e fornecedores; foram feitas, por exemplo, muitas adaptações de terreno, tivemos que abrir valas e instalar 75 mil metros quadrados de grama sintética”, explica o engenheiro Bernardo Carneiro de Menezes, engenheiro civil responsável por toda a infraestrutura do local, pela primeira vez trabalhando na Cidade do Rock.


A Assessoria de Imprensa do Rock in Rio informa que, desde 2017, o festival trabalha para se tornar cada vez mais acessível para o público, oferecendo um plano de rotas, plataformas e interatividade nunca vista antes. Uma equipe destacada pelo festival para as necessidades de pessoas com deficiência é responsável por buscar melhorias a cada edição e proporcionar uma ótima experiência para pessoas com necessidades especiais, como deficientes físicos, auditivos, visuais, intelectuais, além de gestantes, idosos, lactantes, pessoas com mobilidade reduzida e obesos. A identificação da Pessoa com Deficiência (PCD) começa na compra do ingresso onde o cliente pode especificar sua necessidade.


O festival conta também com empréstimo de kit sensorial, de cadeiras de rodas e Scooter. As plataformas que estão acima do solo também são muito importantes para o público que tem deficiências. A plataforma do palco Mundo é a maior da Cidade do Rock. Está localizada próximo à torre da tirolesa, ficando a um metro de altura em relação ao solo. A localização garante uma boa visão do palco. O palco Sunset também tem outra plataforma de um metro de altura em relação ao solo. As pessoas com deficiência têm direito a estacionamento exclusivo e gratuito. As vagas estão sujeitas a disponibilidade. Há também transfer por carrinhos de golf, banheiros acessíveis, pisos para orientação das pessoas com deficiência visual, além de mapa tátil e áudio descrição dos shows. Os deficientes visuais que levarem seu cão guia terão local para manter o bem-estar do animal durante os shows. Para os deficientes auditivos, haverá a atuação de intérpretes de libras.


As pessoas com deficiência terão direito a agendamento prioritário para usarem o parque de diversões da Cidade do Rock. A roda gigante conta com uma cabine acessível para cadeira de rodas e a tirolesa tem uma cadeira escaladora automática permitindo que pessoas com mobilidade física reduzida possam subir a torre e saltar de tirolesa de 22 metros de altura e 200 metros de extensão. A tirolesa corta toda a frente do Palco Mundo e deixa o público frente a frente com o artista durante as apresentações. Tem ainda a montanha russa, o Megadownload – que permite uma queda livre de 30 metros de altura – e o Discovery, um equipamento italiano que eleva 40 passageiros em movimentos circulares horários e anti-horários em dois eixos, atingindo uma altura total de 20 metros. Adrenalina pura.

 

Fonte: Andreia Constâncio

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