Centro de Operações Integradas (COI)

Centro de Operações Integradas (COI). Foto/Divulgação

Combate ao desperdício é feito com satélite a 600 km da Terra e sondagens para detectar vazamentos ocultos na rede de abastecimento

Cerca de 555 milhões de litros de água tratada deixaram de ser desperdiçados em São Gonçalo, Itaboraí e Maricá e passaram a chegar, todo mês, às torneiras de 106 mil moradores dessas cidades na Região Metropolitana. Isso foi possível devido à identificação e ao reparo de 420 vazamentos nos 916 quilômetros de rede de abastecimento percorridos pela Águas do Rio nesses municípios e aconteceu com o apoio de satélite posicionado a mais de 600 quilômetros da Terra e de pesquisas com geofone, um instrumento utilizado para escutar ruídos no subsolo.

Com o trabalho, que acontece desde setembro passado, a concessionária conseguiu reverter o desperdício equivalente a 277.560 mil caixas d’água de mil litros por mês. O combate a perdas de água tratada no sistema de distribuição é uma das frentes de atuação da empresa para alcançar a universalização do serviço de água até 2033. Hoje, a companhia já alcançou o volume de 3 bilhões de litros de água tratada recuperados, todos os meses, nos 27 municípios do Estado do Rio de Janeiro onde atua.

Ainda de acordo com a empresa, a estimativa é uma perda de 19 bilhões de litros de água por mês em toda a área de concessão. Esse volume poderia abastecer cerca de 4 milhões de pessoas, o equivalente a um milhão de residências. Só na região de São Gonçalo, esse número seria de 3 bilhões de litros por mês, que poderiam chegar a 631,5 mil pessoas no mesmo período.

“Gerir melhor a água dentro dos nossos sistemas é imprescindível. Afinal, quando temos mais água nas tubulações, conseguimos levá-la a quem mais precisa. Herdamos um sistema com perdas de 65% e temos a meta de reduzir para 25% em dez anos. A utilização de satélite e geofone, junto com válvulas inteligentes e a fiscalização de ligações clandestinas, está dando resultados significativos, o que mostra que estamos conseguindo levar mais água para a população”, destaca Anselmo Leal, presidente da Águas do Rio.

Geofone em São Gonçalo -BoaVista. Foto/Divulgação

Tecnologia do espaço e logística na Terra

O satélite é a principal tecnologia utilizada para a identificação de vazamentos. A concessionária iniciou o mapeamento com esse recurso em 2022, na Zona Sul da capital, em um bem sucedido projeto-piloto, ampliando a iniciativa na sequência. Já neste ano, cerca de 13 mil quilômetros de redes da capital e regiões Baixada e Leste Fluminense foram incluídas na inspeção. O aparelho, que antes buscava água em Marte, detecta água potável no subsolo por meio da presença de cloro dissolvido. Essas imagens são analisadas no Centro de Operações Integradas (COI) da Águas do Rio, que fica na Praça Mauá, Zona Portuária carioca, e repassadas para as equipes de geofone, que confirmam a ocorrência no ponto indicado e, posteriormente, para os times operacionais atuarem no reparo.

Reparo em São Gonçalo -GaloBranco. Foto/Divulgação

As ações da empresa têm a proposta de aliar tecnologia e sinergia entre equipes. Com essa união, a companhia atua de maneira mais assertiva no reparo das redes, conforme explica Diógenes Lyra, diretor executivo da concessionária:

“Os vazamentos são causados, principalmente, por ligações clandestinas, que danificam a tubulação, e também por conta de redes já deterioradas pelo tempo. E, para repará-los, definimos uma estratégia de atuação com foco na agilidade da resolução dos casos, que são muitos, dentro dos 916 quilômetros que foram mapeados pelo satélite e geofone. Para chegarmos aos resultados atuais, tivemos que definir um cronograma que incluísse frentes de trabalho simultâneas. Deu certo. E o trabalho continua”, destacou.

Fonte: Aline Magno – Bianca Carvalho – Livia Andrade e Claudia Fernandes 

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