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Foto/Divulgação: DAVI TAVARES

Com 19 prêmios e 24 indicações, espetáculo que conta a história da pombagira menina, esgotou todos os ingressos em cinco temporadas consecutivas

 

Com dramaturgia e atuação da niteroiense Marcela Treze e direção de Gabriel Gama, o espetáculo visa contribuir para o combate do racismo religioso através de uma história empática. “Menina Mojubá” coloca a existência de uma entidade de origem afro-brasileira no coração do debate, transformando o pensamento construído pela sociedade, que muitas vezes demoniza entidades, em um novo olhar mais humano e menos mistificado. Após cinco temporadas seguidas que resultaram em todos ingressos esgotados, o espetáculo estará em cartaz no Teatro UFF de Niterói na sexta (6) e sábado (7), às 20h, e domingo (8), às 19h. Os ingressos estão disponíveis no Guichê Web, custando R$25 (meia-entrada) e R$50 (inteira).

Lotando todas as temporadas realizadas na capital, foram um fenômeno de público. Para se ter ideia, há dez anos o Teatro Dulcina não lotava os três andares do teatro, este foi um marco histórico na cultura carioca. Marcela comemora este feito: “Para nós o mais incrível é ver pessoas que nunca se identificaram com o ambiente teatral, nunca se viram nos palcos ou se interessaram por essa linguagem estarem se reconhecendo ali, se interessando e tendo uma nova perspectiva sobre o fazer artístico. Povos de terreiros que carregam tanta habilidade artística ancestral, conseguem se reconhecer como tal e isso é inspirador! Poder levar a beleza das pombagiras para tanta gente, é definitivamente um presente ancestral!”, destaca.

 

Nascida e criada em Niterói, onde ainda reside, Marcela Treze enfrentou de perto as dificuldades de ser artista na cidade. Inspirada pelos ensinamentos da saudosa Érika Ferreira, ela aprendeu a persistir e a realizar por si mesma o que ninguém mais faria. “Trazer um espetáculo como Menina Mojubá para um teatro na zona sul da cidade, abordando um tema ainda pouco explorado por aqui, representa um grande avanço para o município. E, para nós da Iboru Produções, é mais um desafio que estamos prontos para encarar”, destaca a atriz e dramaturga.

 

Sendo este espetáculo o primeiro da cia Iboru Produções, “Menina Mojubá” já recebeu 19 prêmios e 24 indicações no formato de esquete e já circulou por diversos lugares, contribuindo para o processo de desconstrução de preconceitos enraizados em relação às religiões de matriz africana, humanizando as entidades. Além disso, o espetáculo tem crescido cada vez mais, acumulando, por exemplo, mais de 28 mil seguidores no instagram, um número relevante para um espetáculo independente que majoritariamente apenas circulou na cidade do Rio.

“Menina Mojubá” revela a história de Menina, uma criança que cresceu na rua, conheceu as durezas da miséria, foi exposta a caminhos ilegais e esbarrou em um cortiço onde conheceu a maldade humana, mas Menina carregava em si uma força ancestral que a fez rainha no mundo espiritual. Sendo assim, ela busca garantir não só a própria sobrevivência, mas a de todos que são merecedores do seu amor. 

 

Destacando-se por incorporar elementos autênticos da ritualística de terreiro, como os sons vibrantes do tambor, o aroma envolvente das ervas, e os pontos cantados, “Menina Mojubá” proporciona uma imersão completa aos espectadores. “O público é surpreendido ao entrar no espetáculo com o aroma das ervas e incensos depois de tomar uma cachaça branca para aguçar os sentidos, enquanto os músicos tocam para exu nos atabaques. Durante o espetáculo, são sete trocas de figurinos, dando vida e identidade aos personagens apresentados”, detalha a atriz.

 

A montagem é pautada na ancestralidade, sendo também um movimento de reconhecimento e valorização das entidades de matrizes africanas, muitas vezes mal compreendidas e estigmatizadas na sociedade. “Todos os dias antes de começar a apresentação, eu peço aos meus guias que entreguem aquilo que as pessoas buscam ali. Esperamos que Niterói possa conhecer a mais pura beleza e poder da história dessa linda pombagira e certos que essa entidade transmite amor ”, conclui.

 

SINOPSE

 

Uma criança brasileira cresce nas ruas e descobre carregar consigo uma força ancestral. Se torna uma pombagira após seu trágico falecimento, tornando-se uma figura poderosa no mundo espiritual, capaz de proteger e livrar todos que tenham caminhos semelhantes aos seus. A história entrega um verdadeiro presente ancestral, apresentando ao espectador os elementos de relevância da ritualística de terreiro: sons do tambor, o aroma das ervas e os pontos cantados. Assim são apresentadas as entidades e suas características de vestimenta e trejeitos, com dança, música e muita energia feminina, oferecendo ao espectador uma experiência única de teatro.

 

SERVIÇO

 

TEATRO UFF

 

Endereço: R. Miguel de Frias, 9 – Icaraí, Niterói – RJ
Datas e horário: 6 e 7 (sexta e sábado), às 20h; 8 (domingo), às 19h

Ingressos: R$25 (meia-entrada) e R$50 (inteira)
Link para adquirir ingresso: Guichê Web
Duração: 55min

Classificação: 10 anos

 

FICHA TÉCNICA

 

Elenco: Marcela Treze e Gabriel Gama

Direção: Gabriel Gama 

Dramaturgia: Marcela Treze

Direção Musical: César Lira 

Figurino: Wanderley Gomes

Preparação Corporal: Cátia Costa 

Iluminação: Isabella Castro 

Assist. de Iluminação e operador de luz: Junio Nascimento 

Assist. de Produção: Veronica Treze

Operador de som: Pedro Treze

Assessoria de Imprensa: Monteiro Assessoria


Fonte: Higor de Souza

 

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