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Foto/Divulgação/MetroRio

Com o lema ‘Vape é Jogo Sujo’, ação alerta sobre os perigos do consumo desses dispositivos 

Até o fim deste mês de agosto, as estações Botafogo e Cinelândia/Centro do MetrôRio estão com pontos de descarte de cigarros eletrônicos, dispositivos que estão nas rodas de conversa e corre à boca miúda nas baladas. Mas, no que depender do alerta da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), vai ficar fora de moda. “Vape é Jogo Sujo”, é o lema da campanha lançada, na segunda-feira (19/08), para esclarecer sobre os riscos à saúde dos usuários desse dispositivo, que tem comercialização proibida no país. Além do metrô, o descarte dos dispositivos também pode ser feito na estação de trem da SuperVia na Central do Brasil.

 

“Conscientizar sobre os cigarros eletrônicos é um papel dos órgãos de saúde pública, como da Secretaria de Estado de Saúde. Os riscos de dependência do vape são graves, sendo, inclusive, uma porta de entrada para os cigarros convencionais, como mostram alguns estudos. Por isso, estamos colocando uma campanha na rua com o objetivo de reduzir o consumo dessas substâncias” destaca a secretária de estado de Saúde, Claudia Mello.

Assim como o cigarro convencional, o eletrônico é motivo de preocupação de especialistas da saúde no mundo. É visto por especialistas em saúde pública como inimigo que pode ser ainda mais nocivo. O objetivo da campanha é promover o debate sobre o tema e esclarecer dúvidas sobre os malefícios causados pelos dispositivos.

Os vapes descartados durante a ação serão utilizados na confecção de uma escultura a ser utilizada em eventos de educação em saúde. Pegando carona no início dos Jogos Paraolímpicos, dia 28 de agosto, a campanha também irá abordar os malefícios do uso do vape na prática esportiva, por meio de vídeos, exibidos semanalmente no Instagram da SES-RJ no endereço @saudegovrj.

Riscos à saúde

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) destaca que o uso do aparelho aumenta em mais de três vezes o risco de experimentação de cigarros convencionais. Segundo os pesquisadores, isso acontece porque os dispositivos eletrônicos que contêm nicotina podem levar à dependência dessa substância, o que leva os usuários a buscarem os produtos convencionais de tabaco.

O estudo ainda traz informações sobre os malefícios dos cigarros eletrônicos à saúde, como a exposição da população a nanopartículas de metal presentes no próprio objeto e o contato direto do usuário com o processo de aquecimento ou vaporização. Alguns produtos contidos no vapor de cigarros eletrônicos incluem carcinógenos conhecidos e substâncias citotóxicas, potencialmente causadoras de doenças pulmonares e cardiovasculares.

Segundo pesquisa, 16,8% dos adolescentes de 13 a 17 anos já experimentaram vape

A última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) – realizada por meio de uma parceria entre o Ministério da Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o apoio do Ministério da Educação (MEC) – revelou que, em 2019, 16,8% dos estudantes de 13 a 17 anos já haviam experimentado o cigarro eletrônico; sendo 13,6% com idade entre 13 a 15 anos e 22,7% na faixa etária de 16 e 17 anos. A experimentação é maior entre os homens (18,1%) do que entre as mulheres (14,6%).

Segundo dados da Pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizada pelo Ministério da Saúde, de 2006 a 2023, 2,9% dos homens com mais de 18 anos nas 27 capitais do país usam cigarros eletrônicos. Entre as mulheres adultas, a proporção cai para 1,4%. No entanto, quando se examina o hábito de jovens de 18 a 24 anos de ambos os sexos, a proporção dos que fumam esses cigarros sobe para 6,1%.

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