Segundo maior consumidor de pescados do País, o estado do Rio sofre com dificuldades na indústria pesqueira, que já teve 16 unidades e hoje tem apenas uma em funcionamento. As informações foram divulgadas pelo presidente do Sindicato da Indústria do Pescado do Rio de Janeiro (Siperj), Sérgio Ramalho, durante a audiência de lançamento da Frente Parlamentar de Defesa da Atividade Pesqueira, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Na reunião Ramalho criticou a tributação estadual do setor e a falta de pesquisas que deem suporte tanto à indústria quanto à pesca artesanal. “Nós não sabemos quanto produzem as colônias, não temos pesquisa nem estatística. A sardinha sumiu e ninguém sabe por quê”, alertou. Presidente da Frente Parlamentar, o deputado Danniel Librelon (Republicanos) explicou que o grupo será uma ferramenta para ouvir todos os atores do setor no estado e propor medidas que deem suporte aos pescadores, ajudando na geração de emprego e renda. “Essa frente tem o intuito de dar voz aos pescadores e às pessoas que defendem esse tema”, afirmou
PESCADORES: A audiência contou com a presença de pescadores como Janine Silva, de 52 anos, que sustenta sua família com o que tira do mar. Ela criticou a falta de apoio por parte do Estado, o que dificulta a formalização da atividade para que eles possam receber o seguro-defeso, um auxílio pago pelo Governo Federal aos pescadores no período em que a pesca é proibida para assegurar a reprodução dos peixes. Segundo ela, muitos trabalhadores ficam sem nenhuma renda nesta época. “Vivo da pesca desde que nasci. Aprendi a pescar com meus pais e ensinei aos meus filhos. Mas não temos como provar porque não há uma pesquisa, um levantamento sério que identifica nosso trabalho”, desabafa a pescadora. O encontro também teve a participação de representantes da Fundação Instituto da Pesca do Estado (Fiperj).