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Foto: Divulgação

A obesidade é uma condição crônica que afeta mais de um bilhão de pessoas globalmente, predispondo e agravando uma série de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.

Enfrentar essa epidemia requer não apenas mudanças significativas no estilo de vida, como modificações na dieta, exercícios e mudanças comportamentais, mas também tratamentos farmacológicos inovadores para pacientes com obesidade e suas comorbidades, quando as intervenções no estilo de vida não são suficientes.

Neste sentido, o Mounjaro, fabricado pela farmacêutica Eli Lilly e também indicado para o tratamento de diabetes tipo 2, tem sido amplamente utilizado de forma ‘off label’ para o emagrecimento e está prestes a desembarcar no Brasil como uma opção promissora para muitos brasileiros que lutam contra a doença.

Aprovado pela Anvisa em 2023, este novo injetável tem se mostrado significativamente mais eficaz do que o popular Ozempic na redução de peso. Adriana Stavro explica que enquanto o Ozempic, até então considerado a ‘queridinha’ das canetas para emagrecimento, pode levar a uma perda média de 15% do peso corporal, o Mounjaro pode alcançar até 22%.

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Principal diferença entre Mounjaro e Ozempic:

  • O Mounjaro é composto pela molécula tirzepatida, um duplo agonista que atua nos receptores GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon) e GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose), hormônios produzidos no intestino e liberados depois das refeições.
  • Ao ativar tanto o receptor GLP-1 quanto o GIP, o Mounjaro estimula a produção de insulina pelo pâncreas de forma mais abrangente, melhorando o controle da glicemia. É o primeiro e único medicamento desse tipo, imitando os efeitos de ambos os hormônios.
  • Essa ação em múltiplos receptores é responsável pela maior eficácia do Mounjaro em comparação ao Ozempic, que contém semaglutida, um agonista apenas do receptor GLP-1. Ele também atua na secreção da insulina pelo pâncreas, regulando a glicose no sangue e promovendo a redução do apetite.

Efeitos no Metabolismo:

Ao ativar os receptores GLP-1 e GIP, o Mounjaro apresenta diversos efeitos benéficos no metabolismo:

  • Retarda o esvaziamento gástrico, prolongando a sensação de saciedade e auxiliando na redução da ingestão calórica.
  • Reduz o trânsito intestinal, o que contribui para um controle melhor dos níveis de glicose no sangue após as refeições.
  • Aumenta a sensação de saciedade ao atuar nos receptores cerebrais envolvidos na regulação do apetite.
  • Promove a queima de gordura ao aumentar o metabolismo basal, favorecendo uma maior eficiência na queima de gordura.

Quando o Mounjaro Chegará ao Brasil? 

  • O Mounjaro ainda não está disponível para comercialização no Brasil. É esperado que chegue ao mercado brasileiro até o final de 2024, mas ainda não há confirmação oficial.

Contraindicações e Precauções: 

  • Antecedentes de pancreatite, hipersensibilidade à tirzepatida e gestação. Além disso, a tirzepatida pode afetar a eficácia dos contraceptivos orais, sendo recomendado o uso de métodos contraceptivos não orais ou adicionais durante as primeiras semanas de tratamento.

Sintomas Iniciais: 

  • Os sintomas iniciais do tratamento podem incluir náuseas, aumento do refluxo, vômitos e diarreia. 
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Impacto Econômico e Social:

  • Apesar dos benefícios terapêuticos, o alto custo das canetas Mounjaro, que pode chegar a R$ 4.000 por mês, restringe seu acesso a uma minoria da população. No entanto, para muitos, representa uma esperança significativa na luta contra o sobrepeso e a obesidade.

Considerações Finais:

  • Enfrentar a obesidade requer abordagens holísticas e sustentáveis que vão além dos tratamentos farmacológicos, incorporando mudanças duradouras nos hábitos alimentares, aumento da atividade física e suporte psicológico. Somente dessa forma poderemos efetivamente combater esta epidemia global e suas sérias consequências para a saúde pública.

 

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Escrita por:

Adriana Stavro – Nutricionista Mestre pelo Centro Universitário São Camilo 

Curso de formação em Medicina do Estilo de Vida pela Universidade de Harvard Medical School

Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein 

Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional pelo Instituto Valéria Pascoal (VP) Pós-graduada EM Fitoterapia pela Courses4U.

Instagram – @adrianastavronutri – Mais informações https://lattes.cnpq.br/

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