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Os eventos vão reunir a nata do choro fluminense na terça-feira, 23 de abril

O Dia Nacional do Choro é comemorado em 23 de abril, em homenagem à data de nascimento de Pixinguinha, uma das figuras exponenciais da música popular brasileira, e em especial do choro, este que é considerado o primeiro gênero musical urbano do Brasil. E para lembrar e eternizar o mestre e deus discípulos, vai rolar uma manhã de muita musicalidade em três diferentes palcos na cidade, sempre às 11h.

A festa do chorinho começa no “Palco Vou Vivendo” montado no Horto do Fonseca, com os rapazes do Clube do Choro e a participação especial da cantora Mônica Mac e da flautista Ana Paula Cruz. As comemorações passam pelo “Palco Carinhoso”, no coreto do Campo de São Bento, com os músicos do Choro na Rua e o cantor Marcos Sacramento. Já no “Palco 1 X 0”, montado no Horto do Barreto, se apresentam Whatson Cardozo e o Choro Araribóia, que terão como convidados, Ronaldo do Bandolim e André Jamaica.

O choro entra na cena musical brasileira em meados e final do século XIX, e nesse período se destacam nomes como Joaquim Callado, Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth. Inicialmente, o gênero mesclava elementos da música africana e européia e era tocado principalmente por funcionários públicos, instrumentistas das bandas militares e operários têxteis. O termo choro resultaria dos sons plangentes, graves (baixaria) das modulações que os violonistas exercitavam a partir das passagens de polcas que lhes transmitiam os cavaquinistas, que induziam a uma sensação de melancolia. Popularmente chamado de chorinho, é um gênero musical, uma música popular e instrumental brasileira, com mais de 130 anos de existência. O século XX traria uma grande leva de chorões, compositores, instrumentistas, arranjadores, e entre eles, com destaque, Pixinguinha!

Clube do Choro. Foto/Divulgação

Sobre os Artistas

Com onze anos de estrada, o Clube do Choro de Niterói nasceu com o objetivo de pesquisar, divulgar e preservar o choro. Promoveu suas primeiras reuniões na Praça da Cantareira propiciando uma aproximação do gênero com o público universitário da Universidade Federal Fluminense e o público em geral. O quarteto, formado por Paulinho Bandolim (bandolim), Leo Fernandes (violão de 7 cordas), Phelipe Ornellas (cavaquinho) e Diogo Barreto (pandeiro), passeia por compositores consagrados como Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Ernesto Nazareth e outros menos conhecidos do grande público, além de autores de outros gêneros da música brasileira. A niteroiense Monica Mac é pedagoga por formação e cantora por devoção.

Paulinho do Bandolim. Foto/Divulgação

Há mais de 20 anos dedica-se exclusivamente à música, tendo o samba papel de destaque no seu repertório. Pesquisadora da MPB, Monica encontra na obra dos grandes mestres e revelações, a inspiração para o trabalho ao qual se dedica, tornando-se referência no mundo do samba niteroiense. Graduada em música pela UNIRIO, com mestrado em Práticas Interpretativas e pós-graduação em Arteterapia pela mesma instituição, a flautista Ana Paula Cruz possui uma formação sólida tanto erudita quanto popular. Seus estudos incluíram colaborações com professores nacionais e internacionais, participação em diversos festivais e uma notável turnê internacional em 2000, promovida pelo Intercâmbio Amizade Cultural Brasil-França.

ANDRÉ JAMAICA. Foto/Divulgação

O Coletivo Choro na Rua, formado em 2016, tem como missão a prática da roda de choro, que ajuda a manter viva a rica tradição instrumental do gênero no Brasil. O grupo, que se tornou referência no Polo Gastronômico de Icaraí, é formado, entre outros, por Silvério Pontes, Alexandre Maionese, Tiago Souza, Bebe Kramer, Henrique Cazes, Alessandro Cardozo, Rogério Caetano, Vinicius Magal, Charles da Costa, Netinho Albuquerque e Rodrigo Jesus. Uma das vozes mais elogiadas da recente safra de intérpretes do samba – que tem na redescoberta da Lapa seu circuito referencial -, o niteroiense Marcos Sacramento não se encaixa em rótulos. Taxá-lo simplesmente por um estilo é deixar de ver vários lados do artista. Sacramento é hoje um intérprete capaz de alinhar em um mesmo roteiro delícias de Noel Rosa ou Cartola com contemporâneos os cariocas Luís Capucho e Luiz Alcofra e o paulistano Paulo Padilha.

Ana Paula. Foto/Divulgação

O Choro Araribóia surgiu da ideia de criar um coletivo de músicos de Niterói para atuar em diversos gêneros da música brasileira, podendo, assim, fazer shows voltados para a música nordestina, a gafieira, o samba, entre outros. Para o dia Nacional do Choro, o diretor artístico e clarinetista Whatson Cardozo convidou o instrumentista Ronaldo do Bandolim e o compositor e cantor André Jamaica. A apresentação contará com os músicos Daniel Karin (pandeiro), Maico Lopes (trompete), Fabiano Segalote (trombone), Marcio Hulk (cavaquinho), Lucas Marques (violão) e Gabriel Policarpo (percussão). Clarinetista e saxofonista, Whatson Cardozo iniciou seus estudos ainda aos dez anos de idade, na banda de música do Colégio Salesiano de Santa Rosa, sob a orientação do maestro Affonso Reis e Jorgelen de Oliveira. Como solista, participou da OSB Jovem, em 2004, da Cia Experimental de Ópera, em 2005, e da Academia Petrobras Sinfônica, em 2006.

RONALDO DO BANDOLIM. Foto/Divulgação

O petropolitano Ronaldo do Bandolim iniciou-se na música já na infância, influenciado pelos pais. Aprimorou seus conhecimentos a partir dos 18 anos, quando passou a residir em Niterói. Solista do tradicional Conjunto Época de Ouro e integrante do contemporâneo Trio Madeira Brasil, vem contribuindo, nas últimas quatro décadas, com shows, gravações de todos os gêneros e oficinas de música no Brasil e no exterior. André Jamaica é cantor, compositor e pesquisador com quase 30 anos de carreira dedicados à cultura popular. Morador da comunidade do Viradouro, notabilizou-se pelo trabalho musical voltado para as religiões de matriz africana com destaque para o projeto Samba de Fé em parceria com o Quilombo do Grotão. Além disso, Jamaica é vocalista do grupo Filhos de Oxóssi e há 15 anos integra o Sambalangandã, grupo que marcou época com uma roda de samba histórica no bairro de Santa Teresa.

Mônica Mac . Foto/Divulgação

Serviço

Palco Vou Vivendo

Local: Horto do Fonseca, 11h

Horário: 11h

Atração: Clube do Choro com participação especial de Mônica Mac e da flautista Ana Paula

Palco Carinhoso

Local: Coreto do Campo de São Bento, 11h

Atração: Choro na Rua com participação especial de Marcos Sacramento

PALCO 1 X 0

Local: Horto do Barreto, 11h

Atração: Whatson Cardozo e Choro Arariboia convidam Ronaldo do Bandolim e André Jamaica

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