Em saúde tempo é vida. É com esse lema que o Hospital Municipal Desembargador Leal Júnior, em Itaboraí, realiza a classificação de risco de seus pacientes, que buscam atendimento na unidade. Em grande parte do país e no único hospital municipal de Itaboraí, o Leal Júnior, o método utilizado é o Modelo de Manchester (Manchester Triage System – MTS), protocolo assistencial atualmente utilizado nos serviços de saúde. Este método prevê que o tempo de chegada do paciente ao serviço até a classificação de risco e, que os tempos alvos para a primeira avaliação médica sejam cumpridos de acordo com a gravidade clínica do doente. O Leal Júnior conta com duas salas para acolhimento e classificação de risco, para o primeiro atendimento, com enfermeiros qualificados para o setor. O local visa avaliar e identificar os pacientes que necessitam de atendimento prioritário, de acordo com a gravidade clínica, potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento.
Segundo o gerente de enfermagem do hospital municipal, Gabriel Mello, a classificação de risco diminui o número de mortes evitáveis, sequelas e até mesmo internações, dos pacientes que buscam atendimento no Leal Júnior. Porém muitas pessoas não têm o conhecimento da importância desta classificação. “Quando a pessoa procura o hospital ela sempre acha que o caso dela é uma emergência, mas nem sempre é. Por isso a importância do acolhimento com classificação de risco, porque é o profissional capacitado que irá identificar, de acordo com os sinais e sintomas do paciente, que o atendimento seja realizado com mais eficiência. Já que se tratando de saúde, tempo pode significar a diferença entre salvar uma vida e perder um paciente”, disse o enfermeiro. “Assim que cheguei peguei a senha para passar pela sala de acolhimento e classificação de risco. Foi muito rápido e fui bem atendida pela enfermeira. Acho importante ser atendido dentro do risco que estamos correndo, temos que nos colocar no lugar do outro, e aguardar a nossa vez. Estou com dores, mas sei que outras pessoas podem estar piores que eu”, disse Júlia Santos, 38 anos, que foi ao hospital por conta de dores de cabeça.
Na sala de acolhimento e classificação de risco, o tempo de atendimento depende de cada caso clínico, descrito pelo paciente. De acordo com as repostas e averiguação de sinais e sintomas, como aferição arterial e glicose; frequência cardíaca e respiratória; temperatura, entre outros, o sistema gera uma classificação em uma das quatro prioridades identificadas pelas cores vermelha, amarela, verde e azul.
Após passar pela sala de acolhimento e classificação de risco, e também realizar o primeiro cadastro, informando nome, sexo e data de nascimento, o paciente é encaminhado para a recepção para fornecer os demais dados, como endereço, cartão do SUS e outros. A partir disso, o paciente recebe a
pulseira com a cor determinada na classificação de risco.
ENTENDA CADA COR DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO:
Classificação VERMELHA: Emergência. Será atendido imediatamente na sala de emergência.
Casos como: PCR – Parada Cardíaca; AVC – Acidente Vascular Encefálico; Emergências Hipertensivas; EAP – Edema Aguda de Pulmão; Engasgo com broncoaspiração; Choques circulatórios; Choque elétrico com perda de consciência; IAM – Infarto Agudo do Miocárdio, e outros.
Classificação AMARELA: Urgência. Será atendido com prioridade sobre os pacientes classificados como verde, no consultório ou leito da sala de observação.
Casos como: Crise asmática leve a moderada; Febre sem complicações; Crise de Pânico; Infecções Orofaciais Disseminadas; Hemorragias; Suspeita de Violência; Crise de Enxaqueca; Dor torácica; Lombalgia moderada a intensa; Urgência Hipertensiva; Mordedura de animais e outros.
Classificação VERDE: Sem risco de morte imediata. Somente será atendido após todos os pacientes classificados como vermelho e amarelo.
Casos como: Dor a esclarecer; Lombalgia leve; Pele: Erisipela, Catapora e Herpes Zoster; Febre Baixa (38ºC); Dor crônica com piora recente; Urticária e outros.
Classificação AZUL: Não Urgente. Quadro crônico sem sofrimento agudo ou caso social.
Casos como: Verificar Pressão e glicemia; Saúde Mental; Suspeita de ISTs; Queixas sem alterações agudas; Curativos; Troca de Sondas; Atendimento de Urgências clínicas leves; conjuntivite; ardência ao urinar; tosse sem febre; afecções leves e outros. Texto/Colaboração: Thaís Azevedo. Foto/Divulgação: Sandro Giron
Gabriel Mello é chefe de enfermagem do Hospital Desembargador Leal Junior