BioFenix

Fotos/Divulgação

A partir da vivência local, alunos identificaram a necessidade de elaborar instrumento que contribuísse para a mitigação de riscos por meio de deslizamentos

Com a proposta de contribuir com a contenção de encostas em áreas de risco urbano, os alunos da Escola Firjan SESI São Gonçalo foram selecionados para mais uma edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE). Realizada pela Universidade de São Paulo (USP), a mostra dos trabalhos acontece entre esta terça (19) e a próxima sexta-feira (22). E foi com o projeto BioFênix que a equipe formada por dois alunos e uma orientadora, conquistou um lugar entre os 200 finalistas. Com o foco na prevenção a desastres socioambientais, os alunos elaboraram uma biomanta feita a partir do reaproveitamento da fibra de coco e bagaço de cana de açúcar, que pode ajudar a mitigar os danos causados por deslizamentos e contribuir com a resiliência local. 

Além de ser uma aliada na contenção de encostas, a BioFênix ainda promove o reflorestamento das áreas atingidas. A manta é construída a partir do entrelaçamento dos materiais, formando uma estrutura que, presa ao solo com pedaços de bambu, contribui para a proteção da área e recuperação da vegetação. O projeto inscrito na categoria de Geografia, segue as orientações dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

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“Adquirimos os materiais (fibra do coco e bagaço de cana de açúcar) com doações de estabelecimentos comerciais e instituições parceiras e, após passar por tratamento, são usados para produzir a biomanta, composta ainda por sementes que ajudam a reflorestar as regiões com vegetação nativa”, contou a aluna Emily Nicolau Vidal, que ao lado do parceiro Matheus Bitler, buscou um projeto que fosse de maior utilidade para a região.

Os desastres socioambientais registrados na cidade de São Gonçalo chamaram a atenção dos alunos, visto que os deslizamentos, inundações e alagamentos são recorrentes na região, principalmente durante o verão por conta das fortes chuvas registradas no período. “Fomos sensibilizados por ocorrências que afetaram localidades, destruindo casas e afetando moradores”, lembra Emily, destacando que especialmente as ocorrências no bairro Engenho Pequeno, os motivaram a buscar medidas que pudessem minimizar os danos causados por deslizamentos de encostas.

E a partir de muita pesquisa e análises, perceberam que a biomanta seria uma estratégia a ser adotada na região ou em qualquer outra localidade. “Testamos a biomanta e observamos o potencial que o material tem de absorção de umidade, germinação das sementes e principalmente, consegue manter a segurança do solo”, explicou Matheus.

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A orientadora da Escola Firjan SESI São Gonçalo, Ana Carolina Lydia Ferreira da Silva, destaca o incentivo para que os alunos se dediquem a buscar projetos que apresentem soluções para problemas reais. “É importante que eles sejam capazes de observar o mundo e pensar em como mudar a realidade para melhor e que eles possam construir futuros possíveis”, enfatizou.

Os alunos apresentaram o projeto ano passado, durante a Semana Acadêmica do IFF Campus Itaboraí onde tiveram a oportunidade de expor a ideia para representantes de diferentes municípios e assim, a BioFênix acabou sendo aplicada na cidade de Rio Bonito. “A nossa proposta é que os alunos sigam apresentando esse projeto e consigam parceiros para levar essa ideia adiante”, contou a diretora da escola Firjan SESI São Gonçalo, Marcília Coutinho Picanço, lembrando que esta não é a primeira vez que a escola tem estudantes com projetos selecionados e premiados na Febrace.

Este ano, além da Escola Firjan SESI São Gonçalo, as unidades do Maracanã e Duque de Caxias também estão na feira de São Paulo apresentando projetos.

Fonte: Vivian Dutra 

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