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Oferecer um lar temporário repleto de afeto, carinho e amor para crianças entre 0 e 6 anos em situação de vulnerabilidade. Esta é a proposta do Família Acolhedora, programa de política pública protetiva, vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, que há 9 anos vem sendo desenvolvido em São Gonçalo. Devido a sua metodologia e ao seu serviço de excelência, o município é considerado referência no estado do Rio de Janeiro e foi escolhido para representar a presidência do Fórum Estadual de Acolhimento Familiar. Ao contrário do abrigamento institucional, essas crianças convivem com a família a todo o tempo, garantindo uma infância com afeto, cuidado e atenção. O acolhimento proporciona uma possível convivência familiar e comunitária para esses menores que são afastados de suas famílias de origem por circunstâncias como abandono, violências e exploração. Atualmente, o Família Acolhedora conta com 16 crianças em acolhimento e com 21 famílias que já passaram pelo processo de capacitação e estão aptas a acolher.

O acompanhamento junto às famílias acolhedoras é feito por meio de reuniões que são realizadas mensalmente, onde elas relatam e trocam experiências do acolhimento. O consultor Demétrius Venceslau, 35 anos, que conheceu o programa pela internet, é acolhedor desde março de 2018 e conta como a experiência transformou sua vida. “Eu nunca me imaginei sendo pai de uma criança, mas sempre tive um desejo muito grande de participar de trabalhos voluntários. Até que depois de pesquisar bastante, tomei conhecimento do Família Acolhedora. A gente sabe que em algum momento esse vínculo terá que ser cortado, mas saber que em uma determinada fase da minha vida eu peguei uma criança em estado de abandono, levei para a minha casa para ajudar a amenizar o sofrimento dela, me faz sentir alegria e a sensação de dever cumprido como cidadão”, explicou ele.  Para a secretária de Desenvolvimento Social, Marta Maria Figueiredo, a rede de proteção às crianças é fundamental na garantia dos direitos dos pequenos e no desenvolvimento de uma infância sem violência. “Grande parte das famílias de origem possuem um histórico de violação de direitos. Por isso o serviço é tão importante, porque além de acolher a criança nós também acompanhamos essas famílias entendendo que cada caso é um caso e criando pontes para que todos possam acessar seus direitos quanto cidadãos, garantindo o respeito à dignidade do outro. Nossa maior tarefa é que essas crianças retornem aos seus lares de origem. E esgotadas as possibilidades, a partir de uma avaliação técnica com os serviços de garantias de direitos como o Ministério Público, Conselho Tutelar, Vara da Infância, nós indicamos para que essa criança entre no processo de adoção, quando é o caso”, ressaltou. Para ser um acolhedor é preciso ter 18 anos ou mais, morar em São Gonçalo, não estar respondendo a processos na justiça e não ter a perspectiva de adoção da criança acolhida, visto a identidade de rotatividade e temporalidade do serviço. Os interessados devem encaminhar um e-mail para paf.fiasg@gmail.com, com os seguintes dados: nome, endereço, telefone e idade. Para maiores informações basta ligar para o número 3719-2473 ou ainda comparecer à sede do serviço, localizada na SMDS, na Rua Doutor Porciúncula, 395, Venda da Cruz (antigo 3º BI). “O acolhimento em um lar faz com que essa criança, que já vem de um quadro bem delicado de vulnerabilidade, receba um cuidado mais particularizado e com muito mais qualidade do que se estivesse em um abrigo ou orfanato. E existem muitas crianças esperando para serem acolhidas. Amor é o quesito principal para ser um acolhedor”, afirmou Dina Márcia Monteiro, assistente social e coordenadora do projeto.

 

 

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