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Mesmo estando no início de suas atividades, o Centro de Referência em Autismo Professora Maria José da Silva Rodrigues, localizado no Gradim, já contabiliza bons resultados. As crianças chegam sorrindo para as atividades, seja de educação física, fisioterapia, psicologia ou outra modalidade oferecida no espaço. “Ainda estamos na fase de adaptação, estabelecendo vínculos com as crianças.

Quando o profissional, seja de sala de recurso ou dos atendimentos multidisciplinares, estabelece vínculo, ele consegue fazer com que esse atendimento funcione. Ele entra no mundo do autista e percebe sua potencialidade, suas características e estabelece as metas para poder trabalhar com eles. Esse período inicial de adaptação é importante porque é quando o profissional conhece o autista e começa a investigar o que é prioritário para que a gente possa trabalhar”, explica a diretora Verônica de Sá Machado Amorim. Cecília Xavier, mãe de Thales Xavier de Moura, de 5 anos, garante estar muito satisfeita com o atendimento. “Ele faz fono, educação física e vai começar a ter sala de recurso também. Ele vem todo feliz e eu noto que está mais tranquilo, mais calmo. Ele adora a educação física porque ele gosta muito de movimento. Já entra sozinho para a sessão de fonoaudiologia. Estamos muito felizes”, afirma Cecília, que é moradora do Gradim. Mãe da Isabela Soares de Souza, de 8 anos, Lívia de Oliveira Soares de Souza, também só tem elogios para o trabalho desenvolvido no Centro. “A Isabela está aqui há três semanas e eu já estou sentindo bastante melhora nela. Ela vem muito animada, chega e quer entrar logo, já está enturmada com os profissionais”, conta a moradora do Jardim Miriambi. José Antonio Elias da Silva, de 13 anos, faz o circuito todo com o educador físico sem errar um só passo, com toda segurança. A mãe Renata Elias se mostra grata e orgulhosa: “O atendimento aqui está maravilhoso, meu filho tem o maior prazer em vir pra cá. Ele vem muito feliz e a felicidade dele é a minha também”, afirma Renata, que mora no bairro Almerinda. Para Diogo Arrais, professor de Educação Física há dez anos, o trabalho é gratificante. “É um desafio para mim, mas está sendo muito bom lidar com as crianças. Aqui, a gente procura trabalhar a atividade física como um todo, trabalhando membros superiores e inferiores, trabalhando com as valências físicas de cada criança porque algumas têm mais força, outras têm mais agilidade, velocidade e a gente tenta trabalhar isso de uma forma global.

A resposta tem sido muito boa, até porque a gente conversa muito com os pais deles. Eles chegam aqui muito felizes para o atendimento”, ressalta Diogo. A fisioterapeuta Patrícia Peçanha também explica como é o seu trabalho no Centro. “Nesta sala, a gente trabalha além da coordenação e do equilíbrio, a questão sensorial, com a diferença de textura de solo. A criança passa por um circuito como se estivesse brincando e trabalhando essa questão, que é muito importante para ter um equilíbrio, para organização deles e seu aprendizado”, diz Patrícia. No Centro de Referência, no final de cada atendimento, os pais são chamados para que tenham um retorno sobre o que está sendo feito, sobre a evolução da criança, como explica o psicólogo José Renato Velasco. “Nosso trabalho é muito importante com essas crianças porque inicialmente a gente identifica quais são os excessos e os déficits comportamentais. A gente trabalha questões relacionadas à comunicação, à interação, à linguagem, ao contato visual, que são aspectos muito importantes na criança com autismo. E tão importante quanto isso, quando a gente pensa numa terapia abrangente, para além aqui do Centro de Referência, é o trabalho de psicoeducação com os pais, que é fundamental. Após o atendimento, a gente se reúne com os pais e faz um trabalho educativo de orientação, de como reforçar comportamentos que a criança esteja adquirindo e possa generalizar em outros ambientes, ou seja, para além do set terapêutico e isso é muito importante, é fundamental”, explica José Renato. A fonoaudióloga Olga Monerat também destaca a questão da comunicação. “Nós estamos primeiro conhecendo as crianças, começando a formar vínculos dentro dos interesses delas, trazendo o prazer pela comunicação porque a fonoaudiologia trabalha com a comunicação e para a gente poder trabalhar a gente precisa ter prazer. Então estamos aqui tentando que essas crianças nos conheçam e que nós conheçamos as crianças, buscando esse momento de interação para que haja mesmo o desenvolvimento da comunicação com prazer” afirma Olga. O Centro de Referência em Autismo é uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e oferece atendimentos com clínico, pediatra, neurologista, nutricionista, assistente social, fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional, educador físico, além do atendimento educacional especializado, com salas de recursos e terapias multidisciplinares. O atendimento odontológico está previsto para ter início em setembro. O endereço é Avenida Washington Luiz, 979 – Gradim – São Gonçalo.

 

 

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