Pedalada Inclusiva_1

Fotos/Divulgação: Luciana Carneiro

Atividade faz parte do Mês da Mobilidade e busca promover a inclusão nos diversos espaços

O Parque Orla de Piratininga, novo espaço público da cidade, recebeu, neste domingo (17),  a Pedalada Inclusiva. O evento da Prefeitura de Niterói é uma parceria entre a Coordenadoria Niterói de Bicicleta e a Secretaria Municipal de Acessibilidade com o intuito de promover a inclusão e o entretenimento de pessoas com deficiência. A atividade faz parte das ações do Mês da Mobilidade que tem como tema “No trânsito, Niterói escolhe a vida”.

“A bicicleta tem uma série de interseções com as mais diversas pautas e, em geral, essas interseções acontecem na questão da inclusão, da diversidade e da democratização do acesso ao espaço público. Então, fazer uma atividade que traga às crianças e a pessoa com deficiência faz muito sentido para trazer esse público para usufruir e mostrar que a cidade é, sim, acessível para as mais diversas formas de uso. E a bicicleta é, por primazia, essa ferramenta de inclusão. Então, a ação de hoje tem por objetivo celebrar essa inclusão, promovê-la e aproveitar o mês da mobilidade para fazer uma grande comemoração que inclua as mais diversas pautas”, explicou Filipe Simões, coordenador do Niterói de Bicicleta.

Fotos/Divulgação: Luciana Carneiro

O “Pedalada Inclusiva” disponibilizou duas bicicletas do modelo Tandem, adaptada para pessoas cegas e com baixa visão. O equipamento comporta duas pessoas: uma sem deficiência que vai na parte da frente guiando e fazendo a audiodescrição da paisagem para a pessoa com deficiência visual, que vai na parte de trás pedalando junto. Tânia Rodrigues, secretária de Acessibilidade, destacou que a pasta vem trabalhando em diversas ações de inclusão na cidade.

“Fizemos essa parceria com o Niterói de Bicicleta para que a gente possa estar colocando pessoas com deficiência de qualquer maneira integrada nas ações que podem ser utilizadas aqui no município. Estamos utilizando os espaços mais bonitos da cidade e dando a oportunidade para qualquer deficiente que queira participar Estamos buscando todas essas alternativas que a cidade é propícia para fazer e tentando abrir espaços para que as pessoas possam conhecer e saber o que pode fazer, porque senão o que resta das para essas pessoas é fazer reabilitação a vida inteira, ou seja, fisioterapia, e a gente não quer isso, a gente quer que eles participem da sociedade efetivamente”, enfatizou.

Fotos/Divulgação: Luciana Carneiro

O encontro reuniu cerca de 50 pessoas entre adultos e crianças e fez partidas em pequenos trechos da ciclovia, respeitando o ritmo de cada um. Renildo (47), servidor público, participou da atividade com a esposa, Aline (39), e o filho Pedro (8). Eles são moradores de Piratininga e já utilizam a bicicleta como principal meio de locomoção na rotina da família.

“Eu, minha esposa e meu filho estamos aproveitando esse dia lindo para contemplar a natureza e também incentivar as pessoas a adotar esse meio de transporte tão maravilhoso que é a bicicleta. Além disso, nós incentivamos também a mobilidade urbana. Cada um de nós tem sua própria bicicleta e usamos na nossa rotina, seja para ir à praia, para atividade física ou ao mercado. A bicicleta é sempre uma prioridade”, disse Renildo.

Sua esposa, Aline Gomes, é bancária e também usa a bicicleta como meio de transporte, porém, como deficiente auditiva desde pequena, por volta dos 10 anos, ela contou que se sente mais segura nas ciclovias.

“Se eu estou caminhando na rua e alguém fica buzinando atrás, eu não escuto. É um barulho agudo, não dá para escutar. Na ciclovia eu já ando mais tranquila porque sei que não tem carro vindo atrás de mim. Na rua eu fico com medo mesmo”.

A Pedalada Inclusiva contou também com a presença do criador do Pedala TEA, Omar de Azevedo (39). Ele, que é autista, neuropsicopedagogo e faixa preta de jiu-jitsu, destacou a importância desse tipo de atividade como forma de inclusão.

“Eu sou autista, hoje nível de suporte, mas nem sempre foi assim. Comecei a falar aos 7 anos de idade, então tive muitas dificuldades. Hoje eu sou neuropsicopedagogo e o único autista faixa preta de jiu-jitsu no mundo. A bicicleta foi uma das ferramentas de socialização, e de interação. O Pedala Teia surgiu da necessidade de falarmos sobre a responsabilidade e a importância do esporte para a pessoa com deficiência através do pedal que é tão acessível a todos. Então, participar dessa atividade é muito importante para promover a inclusão através do pedalar”.

 

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