Águas do Rio troca tubulações, amplia capacidade de estações de bombeamento e utiliza novas tecnologia nas ações de fiscalização
Mais de 13 piscinas olímpicas de esgoto por mês. Esse foi o volume de efluente retirado, apenas este ano, do canal da Visconde de Albuquerque, que liga a Lagoa Rodrigo de Freitas até a Praia do Leblon, na Zona Sul da capital fluminense.
A boa notícia é resultado da série de ações da Águas do Rio para a recuperação do canal, incluindo a troca de tubulações danificadas e a ampliação da capacidade de estações de bombeamento. Além disso, com uso da tecnologia, a empresa realiza minucioso trabalho de combate ao despejo irregular de esgoto nas galerias de água pluviais que deságuam no canal. O trabalho segue em andamento até dezembro.
Construído na década de 1920 para receber os rios Rainha, Macacos e Cabeça, e conectar a lagoa ao mar, o canal da Visconde de Albuquerque foi se tornando poluído ao longo dos anos à medida que a cidade cresceu sem a ampliação e manutenção adequadas do sistema de esgotamento sanitário do seu entorno. Com foco em mudar essa realidade, equipes da concessionária estão checando as condições dos 42 km de tubulações que formam a rede de esgoto dos bairros do Leblon, Gávea e Jardim Botânico.
“Problemas identificados são resolvidos imediatamente, e esse senso de urgência é o grande diferencial da nossa atuação”, afirma Maria Alice Scardua Rangel, coordenadora de serviços da Águas do Rio na capital.
Foi nessa varredura que os profissionais encontraram uma tubulação quebrada na Rua Duque Estrada, na Gávea, onde o esgoto infiltrava na rede pluvial e chegava ao canal da Visconde de Albuquerque. “Só ali, mais de 30 metros de tubulação antiga e danificada foram trocados, e o vazamento, solucionado. É um trabalho de formiguinha que impacta diretamente na qualidade da água do canal, lagoa e mar, uma vez que tudo está conectado”, explica a engenheira.
Além da troca de tubulações, a concessionária instalou novas bombas no sistema de esgoto da bacia do canal da Visconde de Albuquerque. São cinco elevatórias, que agora trabalham de forma mais eficiente.
Fiscalização encontra 15 edifícios com despejo irregular de esgoto
As melhorias no esgotamento sanitário da região se somam a um cuidadoso trabalho de fiscalização do derramamento de esgoto nos rios e rede pluvial que deságuam no canal. Usando a tecnologia, como robôs móveis com câmeras vistoriando tubulações, técnicos identificam imóveis com problemas em sua conexão à rede de esgoto. Quem está irregular é notificado e tem até 30 dias para se adequar. Só na Gávea e Leblon foram encontrados 15 edifícios nessa situação entre janeiro e junho deste ano.
Sinval Andrade, superintendente da Águas do Rio, explica que há casos em que o responsável pela gestão do prédio não tem conhecimento do problema encontrado pelos técnicos da concessionária. “Às vezes, uma obra mal feita há muitos anos conectou parte da saída de dejetos do edifício à galeria pluvial, ao invés da rede de esgoto, e o síndico atual é surpreendido com a notícia. Isso faz com que o nosso trabalho não seja só punitivo, mas principalmente corretivo e de conscientização do papel do morador para manter seu prédio regularizado”, afirmou Sinval.
Peixes e garças são vistos no canal do Jardim Botânico
O trabalho em andamento no canal da Visconde de Albuquerque foi feito no entorno do canal da Lineu de Paula Machado, no Jardim Botânico, que hoje tem peixes, garças e outros animais aproveitando suas águas claras. Foi ali que, ainda no ano passado, técnicos da Águas do Rio identificaram e combateram o lançamento de cerca de três litros de esgoto por segundo vindos do Hospital Federal da Lagoa, que desaguavam no canal através da galeria de águas pluviais.