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Especialistas explicam o processo e dão dicas – algumas inimagináveis – para proteger a voz e retardar o processo natural de envelhecimento, que tem até nome.

 

Quando os 30 batem à nossa porta, corremos para cuidar da pele, da alimentação e das atividades físicas mais seriamente. Lá pelos 40, vem o alerta dos óculos e outros check ups. Na casa dos 50, já consideramos até conferir como vai nossa audição para retardar ao máximo as perdas naturais da idade. Mas, quem aí, honestamente, já pensou em se precaver contra o envelhecimento da voz?

Sim, nossa voz envelhece, tanto quanto nossos tecidos, órgãos e articulações. E, assim como nessas outras áreas, podemos lançar mão de medidas profiláticas que não só retardam esse processo, como nos dão o privilégio de cuidar dessa nossa ferramenta de expressão tão valiosa.

 

A médica otorrinolaringologista da ABORL-CCF Dra. Roberta Pilla revela que existe até nome para isso: presbifonia. “A laringe (órgão onde estão as pregas vocais) é composta por músculos, cartilagens e articulações, que sofrem o efeito do envelhecimento com o passar dos anos como qualquer outra parte do corpo”, explica a especialista.

 

Segundo a otorrino geral e pediátrica, Dra. Carla Falsete, há uma série de sinais desse envelhecimento da voz, que podem ser acompanhados:

 

  • A voz pode se tornar mais rouca e áspera, aguda ou grave;
  • A voz pode parecer mais fraca ou mais trêmula;
  • A capacidade de cantar ou falar por longos períodos pode diminuir.

 

A Dra. Roberta Pilla complementa também sobre uma perda progressiva da melodia da fala, além de um padrão vocal com menos volume e menos intenso e menos melódico. “O resultado é uma modificação vocal que pode ocorrer a partir dos 65 anos. O início e desenvolvimento desse processo depende das condições gerais do indivíduo relacionadas à sua saúde física, condições emocionais e ambientais”, contextualiza a médica.

 

Por isso, as especialistas elencam uma série de cuidados que se pode ter ao longo da vida para atrasar esses sintomas e desfrutar da voz límpida e forte por muito mais tempo. Para a Dra. Roberta Pilla, o hábito de manter-se hidratado, além de fazer bem para o indivíduo sistemicamente, “é uma das melhores dicas para manter a saúde vocal”. Junto com isso, ela recomenda: “Evitar o fumo e inalação de outras drogas, evitar falar por muito tempo e evitar gritar. Se houver a necessidade de falar por um tempo prolongado, encontre tempo para repousar a voz depois da atividade”. Ela também pede que se evite falar durante as atividades físicas, para manter a respiração livre, pelo nariz. “Evitar o ar-condicionado e o ventilador também seria o ideal. Se não for possível, ingerir água durante a exposição”, indica a otorrino.

 

Também pensando na melhor forma de cuidar da voz, a Dra. Carla Falsete recomenda que sempre se mantenha uma boa postura. “Manter uma postura correta ajuda a respirar mais facilmente e a produzir um som vocal mais saudável e com melhor ressonância”, explica. Ela diz ainda que, mesmo quem não é profissional da voz, pode se beneficiar de exercícios de aquecimento vocal antes de falar por períodos prolongados: “isso ajuda a prevenir lesões e melhora a qualidade de projeção e ressonância vocais”. Por fim, ela dá uma dica que poucas pessoas devem ter considerado espontaneamente: “Não use roupas muito apertadas na região da cintura, pois isso dificulta a respiração diafragmática e, por consequência, a extensão e força da voz”.

 

A seguir, para facilitar, uma lista com as principais dicas das profissionais:

 

  • Não consumir café ou chá preto em excesso, pois podem ressecar o trato vocal;
  • Evitar alimentos achocolatados ou derivados do leite antes de cantar, atuar, dar aulas ou palestras, pois aumentam a secreção espessa no trato vocal;
  • Não usar roupa muito apertada na região da cintura, pois dificulta a respiração diafragmática;
  • Manter o padrão de respiração nasal, que é o mais adequado para não trazer impactos na qualidade vocal;
  • Manter-se hidratado;
  • Evitar o fumo e inalação de drogas;
  • Evitar falar por muito tempo e evitar gritar;
  • Repousar a voz ao falar intensamente;
  • Evitar falar durante as atividades físicas;
  • Evitar ar condicionado e ventilador (ou tomar bastante água durante a exposição);
  • Ter cuidado com ambientes de poeira, mofos e cheiros fortes;
  • Evitar falar muito quando em quadros virais, infecciosos e alérgicos;
  • Ter cuidado com a automedicação. Sprays e pastilhas também têm efeito anestésico, mascarando os sintomas e permitindo o abuso vocal;
  • Manter uma postura correta favorece a respiração e a produção de um som vocal mais saudável e com melhor ressonância;
  • Fazer pausas regulares para prevenir a fadiga vocal;
  • Fazer exercícios de aquecimento vocal antes de falar por períodos prolongados
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Dra. Roberta Pilla

 

  • Otorrinolaringologia Geral Adulto e Infantil
  • Laringologia e Voz
  • Distúrbios da Deglutição;
  • Via Aérea Pediátrica
  • Médica Graduada pela PUCRS- Porto Alegre/ Rio Grande do Sul (2003)
  • Pesquisa Laboratorial em Cirurgia Cardíaca na Universidade da Pensilvania — Philadelphia/USA (2004)
  • Título de Especialista em Otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (2009)
  • Mestrado em Cirurgia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS- Porto Alegre/RS) (2012-2016)
  • Membro da Diretoria da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (ABORLCCF) (2016)
  • Membro do Comitê de Educação Médica Continuada da ABORLCCF (2017-2022)
    • 2019-2020: Presidente do Comitê de Educação Médica Continuada da ABORLCCF
    • 2021- 2022: Secretaria Comitê de Educação Médica Continuada da ABORLCCF

 

  • Médica do Grupo de Otorrinolaringologia e Via Aérea Pediátrica do Hospital Infantil Sabará (SP/São Paulo)
  • Médica do Grupo de Otorrinolaringologia e Via Aérea Pediátrica dos
  • Hospitais do Grupo Maternidade Santa Joana e Pró-Matre (SP/ São Paulo)
  • Médica do Grupo de Otorrinolaringologia do CDB Diagnósticos
  • Médica Otorrinolaringologista do Hospital Moriah (SP/São Paulo)
  • Médica Otorrinolaringologista do Ambulatório da Rede Record de Televisão (SP/ São Paulo)

 

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Dra. Carla Falsete

CRM 101843 | RQE 71523

 

  • Médica graduada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo- Campus Sorocaba (2000)
  • Residência médica em Otorrinolaringologia Geral e Pediátrica pela Clínica Médica Otorhinus (2004)
  • Título de Especialista em Otorrinolaringologia Geral e Pediátrica e Cirurgia Cérvico Facial pela ABORL-CCF (desde 2005)
  • Pós-graduada em Medicina Desportiva pela UNIFESP (2007)
  • Preceptoria cirúrgica no Núcleo de Otorrinolaringologia de São Paulo (desde 2007)
  • Psicoterapeuta formada Helper pelo Pathwork®️ (2018)
  • Formação Médica ampliada pela Antroposofia (2020)
  • Mamãe da Bianca.
  • Healthy lifestyle.

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