Lula, ministros e reitores de universidades e institutos federais se encontram em Brasília e assumem compromisso com a reconstrução do país
“Estou alegre de estar com vocês porque temos, outra vez, a chance de mexer com a educação, a única coisa que pode fazer este país deixar de ser um eterno país em desenvolvimento e se tornar um país desenvolvido.” A frase, dita pelo presidente Lula, resume o compromisso que ele, os reitores de universidades e institutos federais e os ministros da Educação (Camilo Santana), da Ciência e Tecnologia (Luciana Santos), da Casa Civil (Rui Costa) e da Secretaria-Geral (Marcio Macedo) assumiram em reunião no Palácio do Planalto.
A vontade expressa por todos foi a de colocar a educação a serviço da reconstrução do país, como explicitou o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Ricardo Marcelo Fonseca: “O conjunto das universidades brasileiras quer apresentar, neste momento, a este governo, a firme disposição de estar a serviço do Brasil”.
Governo e reitores se mostraram sintonizados. Após Fonseca colocar as instituições de ensino “a serviço dos projetos estratégicos do Brasil”, Lula pediu que as universidades olhem também “para os problemas que acontecem na rua que a gente mora, na cidade que a gente mora”.
Houve concordância também sobre a necessidade de se repor o orçamento das universidades, drasticamente reduzido nos últimos quatro anos, e de respeitar sua autonomia, tão atacada nos quatro anos de desgoverno Bolsonaro. “O Lula não vai escolher os reitores. Quem tem que gostar do reitor são os professores, os funcionários, os alunos”, disse Lula, garantindo que vai respeitar as escolhas das comunidades universitárias.
Combate à desigualdade
O presidente lembrou que não existe, na história, país que tenha se desenvolvido sem antes investir em educação. E defendeu que o Brasil só será uma nação rica quando garantir acesso a um ensino de qualidade à sua população, da creche à universidade.
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“A elite brasileira nunca se importou com a educação do povo, afinal de contas esse povo era negro, era indígena. Esse país nunca será grande se a gente não virar essa página e fazer o que nós já provamos ser possível: uma filha de faxineira pode ser médica, um filho de pedreiro pode ser engenheiro, um trabalhador de cemitério pode ser diplomata”, discursou.
E completou: “As pessoas podem, o que elas precisam é de chance. Abra a porta, deixa esse povo entrar e vocês vão ver como teremos um país muito melhor do que a gente tem hoje”.
Desafios são imensos
O ministro Camilo Santana assegurou que a educação, em todos os níveis volta a ser prioridade do governo federal. Mas lembrou que o desmonte feito nos últimos quatro anos deixou o setor em uma situação grave.
Santana lembrou que o Censo da Educação Superior de 2021 mostrou que o Brasil não deve mais conseguir atingir metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação. O objetivo de se chegar a 33% da população de 18 a 24 anos na universidade até 2024, por exemplo, está longe de ser alcançado, pois o índice hoje está em 19,7%.
Outro dado alarmante é o alto índice de evasão dos estudantes de ensino superior, que alcança 54% nas instituições públicas e 61% nas privadas.
“Estou impressionado com o desmonte que fizeram com a educação pública deste país”, lamentou o ministro, antes de pregar o diálogo como forma de se encontrar as soluções. “O Ministério da Educação estará de portas abertas para o diálogo, para a união, para a reconstrução.” Fonte: Secom/PT