Depois de fazerem oficinas gratuitas, alunos dirigiram e produziram seus próprios curtas
Levar a experiência crítica e criativa das artes audiovisuais para as escolas da rede municipal de ensino. Esse é o principal objetivo do Projeto Imagens em Movimento, que aconteceu esse ano pela primeira vez em Niterói. O projeto é uma parceria entre Secretaria Municipal de Educação (SME), a ONG Raiar e a empresa Enauta.
No total, 135 estudantes de três escolas (Prof.ª Lúcia Maria da Silveira Rocha, Professor Dario de Souza Castello e Maestro Heitor Vila Lobos) foram selecionados para participar das oficinas de cinema, sensibilização musical e expressão corporal oferecidas fora do horário escolar. No fim das oficinas, os alunos partiram para a prática e produziram, atuaram e dirigiram três curtas-metragens, que foram apresentados ao público no último dia 25 na Sala Nelson Pereira dos Santos, no Reserva Cultural.
“Foi emocionante assistir aos filmes produzidos por nossos estudantes. Essa alegria contagiou a todos nós ao vermos a dedicação e o comprometimento dos alunos e o quanto eles cresceram e aprenderam com as oficinas vivenciadas no projeto. A arte e a cultura têm o potencial de afetar e de transformar vidas. O projeto trouxe a oportunidade de os estudantes se reconhecerem enquanto autores, protagonistas do processo, produtores de cultura. Certamente será uma experiência inesquecível para cada um deles”, afirma a coordenadora de Educação e Cultura da SME, Liliane Balonecker.
A pequena Paola Carneiro, de dez anos, amou a experiência. Aluna do quinto ano da escola municipal Professor Dario de Souza Castello, ela ajudou os amigos a escrever o roteiro e a fazer a direção de arte do curta Amizade sem Fim, que conta a história do desentendimento entre duas amigas após uma nova integrante entrar no grupo.
“Nós fomos escrevendo juntos o roteiro, foi muito divertido. Eu sempre tive interesse em câmera e som. Minha tia é fotógrafa e ela sempre me deixa mexer na máquina dela. Acho que depois desse projeto vou fazer fotos e vídeos bem melhores. Eu gostei muito mesmo!”, conta.
A força da escola pública
A coordenadora do projeto, Clarissa Nanchery, ressalta a importância do trabalho e diz que ele tem muito mais força por acontecer em escolas públicas.
“A gente finaliza esse ano tendo a certeza de que a música, a dança e o cinema mobilizam estudantes e professores em qualquer lugar. O trabalho com o audiovisual e os filmes realizados pelos estudantes revelam seu potencial criativo e crítico, eles passam a olhar pro seu território de forma mais atenta, trazem à tona seus sonhos, subjetividades e temas fundamentais como questões de gênero e raça, bullying. Não se trata de se apropriar simplesmente de técnicas de captação de imagem, som e edição, mas de experimentar a construção de realidades com as ferramentas do cinema”, detalha.
Os filmes produzidos pelos estudantes estão disponíveis no link https://vimeo.com/raiar.