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Foto/Divulgação: Rafael Wallace

O Palácio Tiradentes, antiga sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), recebeu iluminação especial em adesão ao Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama e o câncer do cólo de útero. A iniciativa da Alerj tem a finalidade de utilizar o prédio histórico para chamar a atenção das pessoas para essa importante campanha em prol da saúde e defesa da vida.

As redes sociais da Alerj também estão com diversas ações para celebrar o mês dedicado a esclarecer sobre prevenção de detecção precoce dos dois tipos de câncer que mais atingem as mulheres, depois do câncer de pele. Nos dias 10, 17, 24 e 31 de outubro, sempre aos domingos, serão exibidos vídeos com histórias de superação de mulheres com câncer de mama no Instagram @instalerj. Entre elas, a de Jaqueline Chagas, que fundou o Instituto Unidas para Sempre, que oferece serviços gratuitos para mulheres, homens e crianças vítimas de câncer.

Nesta terça-feira (04/10), às 11 horas, acontece também no @instalerj uma live sobre o tema com a participação de Tânia Antunes, paciente em hormonioterapia para tratar o câncer de mama. Para esclarecer sobre as duas doenças, foram convidadas a médica oncologista Gabriella Martuchelli, que é presidente da Associação Amigos da Mama de Teresópolis, um órgão da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, e o médico mastologista Marcelo Bello, diretor do Instituto Nacional do Câncer (Inca), atuando na unidade especializada no tratamento do câncer de mama.

A campanha Outubro Rosa e o câncer de mama

Foi justamente com uma ação envolvendo a iluminação de monumentos, como o Palácio Tiradentes, que a campanha Outubro Rosa desembarcou no Brasil em 2002, inicialmente apenas para chamar a atenção para o câncer de mama. Realizada de forma anual e em nível mundial, a ação tem como objetivo principal estimular o acesso aos serviços de diagnóstico precoce e de tratamento, contribuindo para a redução da mortalidade pela doença.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020, foram diagnosticados mais de 2,2 milhões de casos de câncer de mama no mundo, o que representa 24,5% do total desse mesmo tipo da doença em mulheres. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil, foram estimados 66.280 casos novos da doença somente em 2021.

No Brasil, esse é o tipo que mais provoca a morte de mulheres. O câncer de mama é causado pela multiplicação desordenada das células da mama. Este processo gera células anormais que se multiplicam e formam o tumor. A grande maioria dos casos ocorre em mulheres, mas os homens também podem ter câncer de mama, embora seja algo raro (apenas 1% dos casos).

Esse tipo de tumor não tem uma causa única, e diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolvimento da doença. Alto consumo de gordura, sobrepeso e obesidade, menor número de gestações, menos amamentação e maior idade no nascimento do primeiro filho (a) são alguns dos fatores de risco relacionados ao desenvolvimento do câncer de mama. Além disso, o risco da doença, bem como a da maior parte das neoplasias, aumenta com a idade, sendo o envelhecimento populacional um fator bastante associado à incidência crescente.

Com os exames periódicos recomendados é possível detectar tumores em estágio inicial e, com isso, alcançar até 95% de chances de cura. O Ministério da Saúde recomenda que mulheres com idade entre 50 e 69 anos façam a mamografia de rastreamento, exame de rotina mesmo sem sintomas, a cada dois anos. As mulheres também podem observar as mamas e devem procurar imediatamente um médico caso percebam algum sintoma, como um nódulo fixo e indolor, pele dos seios avermelhada ou similar à casca de laranja, alterações no mamilo, nódulos no pescoço ou na axila ou saída de líquido pelos mamilos.

Sobre o câncer do colo do útero

Causado pela infecção persistente de alguns tipos de HPV (vírus do papiloma humano), o câncer do colo do útero, conhecido também como câncer cervical, segundo o Inca, é o terceiro tumor mais frequente na população feminina e ocupa a terceira posição nas causas de mortes de mulheres por câncer no país.

O início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros são apontados como fatores de risco para desenvolver a doença, além do tabagismo e do uso prolongado de anticoncepcionais. O câncer do colo do útero é lento e pode não apresentar sintomas visíveis na fase inicial. A detecção precoce, por meio do exame preventivo, é crucial para identificar os primeiros sinais da doença. No estágio mais avançado, segundo o Inca, a mulher apresenta sangramento vaginal intermitente ou após ter relações sexuais, além de secreção anormal e dor abdominal associada a problemas urinários e intestinais.

As vacinações contra o HPV e a realização do exame preventivo se complementam na prevenção desse tipo de câncer e reduzem o risco de ter a doença. No SUS, a vacinação está disponível gratuitamente às meninas de 9 a 14 anos, e aos meninos de 11 a 14 anos. A imunização dos meninos é importante para prevenir o aparecimento do vírus e evitar a transmissão para futuros parceiros. Mulheres imunossuprimidas também podem ser vacinadas até os 45 anos.

Usar preservativos nas relações sexuais, além de prevenir a transmissão e contágio do HPV, evita outras doenças sexualmente transmissíveis. O uso de preservativo também diminui os riscos de desenvolver esta doença.

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