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Projeto Mitante. Antropocênica/Perfurações de Mari Fraga. Foto/Divulgação

O Museu de Arte Contemporânea de Niterói recebe neste sábado(2), o Projeto MIRANTE, com duas exposições coletivas e uma individual, que ocuparão as áreas externas do Museu e a recepção, gratuitamente. A curadoria é assinada pelo artista visual Felippe Moraes e a assistência de curadoria é de Ana Carla Soler.

O público vai poder conferir pautas contemporâneas da jovem produção de arte brasileira e discussões atuais da sociedade como território, o antropoceno – o período mais recente na história do Planeta Terra – e as noções de ruína e trabalho. 

“O Projeto MIRANTE é construído como forma de fazer o museu pensar sobre si mesmo, seu lugar social, político e sua relação com a cidade. Trazemos vozes que tensionam os discursos e os formatos expográficos. Entendemos que a instituição é mais que um edifício, é programação, é educação e é encontro entre criadores, suas produções e a sociedade. Ao ocorrer na área externa, alcançamos um público que normalmente não entra nas salas de exposição”, explica o curador da mostra, Felippe Moraes. 

A primeira edição do programa apresenta a exposição individual ‘Retrabalho’, do artista mineiro Juan Casemiro, no pátio; a coletiva ‘Território Vento’, com trabalhos de 6 artistas na rampa do museu; e ‘Antropocênica’, uma mostra de vídeos na recepção. A exposição também acontece no Instagram, com a criação de conteúdos exclusivos no @projeto_mirante.

Sobre as exposições:

Território Vento

Um recorte sobre a jovem produção contemporânea brasileira lidando com a noção de território, a partir da palavra escrita em diversos suportes. Por meio de bandeiras, cangas, pipas, faixas, camisetas e fitinhas do Bonfim, as palavras relacionam-se com o vento, com a paisagem e com os fenômenos meteorológicos da Baía de Guanabara. A exposição aborda a urgência do texto gráfico e sua forte presença na prática artística brasileira da última década, respondendo as convulsões sociais e ameaças à democracia.

Artistas: Julia Saldanha, Marília Scarabelo, OPAVIVARÁ!, Raphael Escobar, Rodolfo Viana e Thiago Ortiz

Retrabalho

A individual ‘Retrabalho’, de Juan Casemiro, se dá, por meio da construção de esculturas e instalações com tijolos modulares e resquícios, detritos e ruínas do MAC Niterói. Com uma forte motivação de discutir a herança do pensamento moderno, a mostra apresenta também fotografias e objetos indiciais da relação do corpo do artista tanto na construção de suas obras, quanto com a cidade e os rastros industriais. Na praça do MAC.

Retrabalho – de Juan Casemiro. Foto/Divulgação

Antropocênica 

Apresenta 3 vídeos de Mari Fraga, Patrick Furness e Ricardo de Càstro, que discutem a influência humana no planeta Terra. Cada um a sua maneira apresenta corpos alterando o mundo ao redor em termos poéticos, alegóricos e ficcionais. Seja com pessoas refletindo a luz do Sol com espelhos ou com uma sessão de acupuntura que emula as sessenta e três principais perfurações de petróleo do globo. A presença humana é o substrato poético da mostra. No terceiro vídeo, é mostrada uma Baía de Guanabara pós-apocalíptica em que quase todos os traços dos seres humanos foram apagados pelo tempo e/ou pela manipulação digital de imagens. Na recepção.

Sobre a curadoria:

Felippe Moraes é artista, pesquisador e curador independente desde 2009. Vive e trabalha entre São Paulo e Rio de Janeiro. Sua pesquisa curatorial se baseia na intersecção com a prática artística e na noção de artista-curador. Sua primeira mostra coletiva foi Cidades Invisíveis, na Despina, no Rio de Janeiro, que discutiu as transformações urbanística e mitológicas da cidade na preparação para os Jogos Olímpicos de 2016. No mesmo ano, curou as mostras ‘Tradução Provisória’ e ‘Horizontes Possíveis’, respectivamente, na Fábrica Bhering e no Museu do Amanhã, com artistas refugiados da República Democrática do Congo, Síria e Colômbia. Em 2018, curou o projeto Segundo Ato no Largo das Artes. Em 2021, realizou a curadoria do Projeto Tirante, no Museu de Arte do Espírito Santo, com Clara Sampaio. No mesmo ano, organizou a exposição MITA: Cosmologias da Diversidade, no Centro Cultural da Diversidade, apresentando artistas Mulheres e LGBTQIA+ e reinventando mitologias como formas de habitar o mundo a partir de corpos e experiências dissidentes.

Ana Carla Soler é curadora e pesquisadora. Tem sua pesquisa direcionada à presença das mulheres no ensino e sistema da arte. Busca, por meio de projetos em artes visuais e pesquisa científica, trazer reflexões sobre os apagamentos históricos, diversas possibilidades de releituras e novas narrativas para a história e o sistema no qual a produção artística está inserida. Atuou nas exposições ‘Espaços do Ainda’ (2022), no Paço Imperial-RJ, ‘Ministério da Solidão’ (2021), na Oficina Cultural Oswald de Andrade-SP, ‘Mita: cosmologias da diversidade’, no Centro Cultural da Diversidade, “Ser Paisagem” (2021), no Massapê Projetos, e ‘Forma Temporal’ (2019), no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. É co-criadora do projeto digital ‘Elas Estão Aqui’ (@elasestaoaquinaarte e www.elasestaoaqui.com.br) e consultora de planejamento e comunicação para espaços de cultura e arte. Desde 2020, é bacharel em História da Arte pela UERJ e iniciante em pesquisa científica, sob orientação de Tamara Quírico, pela UERJ. Sua primeira formação, em 2008, foi em Relações Públicas, com pós-graduação em Direção e Gestão de Marketing pela Universidade de Barcelona (Espanha) e especialização em Marketing Digital pela ESPM.

Serviço:

Projeto MIRANTE

Abertura: 2 de abril, sábado

Horário: das 15h às 20h

Visitação: de 3 de abril a 29 de maio de 2022

diariamente, das 9h às 18h

Local: MAC Niterói

Endereço: Mirante da Boa Viagem s/nº – Niterói

Entrada gratuita

Humor/Divulgação: Netto

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