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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foto/Divulgação

Durante a entrevista à Rádio Banda B, de Curitiba (PR) na manhã desta terça-feira (15), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil foi destruído nos últimos anos e criticou as reformas adotadas após o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, que só beneficiam aos empresários e a quem quer comprar e desmontar o Estado brasileiro. Lula citou o processo de venda da Eletrobras, em andamento, e o enfraquecimento da Petrobras, com redução de milhares de postos de trabalho.

O ex-presidente destacou que o país precisa de uma pessoa experiente para consertá-lo. “Quando eu deixei a presidência, este país era a sexta economia do mundo, tinha 74% de aumento real do salário mínimo e realizado o maior programa social da história. Agora o Brasil está moribundo, tem uma crise sanitária jamais vista, uma crise social onde temos 19 milhões de pessoas passando fome, mais de 116 milhões em insegurança alimentar, inflação de 10,5%, desemprego alto. É preciso alguém que tenha experiência, que tenha maturidade, para consertar o Brasil e gerar melhoria da qualidade de vida ao povo brasileiro”.

Reformas para quem?

Perguntado por que as reformas, como a administrativa, a trabalhista, da Previdência, etc, não andaram no seu governo – algumas foram aprovadas após o golpe de 2016 – Lula questionou a quem interessava e qual o objetivo das reformas e das novas leis. Ele lembrou que em 2014 a Previdência Social era superavitária e destacou que nenhum trabalhador nem sindicalista fala de reformas, apenas empresários e aqueles que querem comprar os interesses do povo brasileiro.

“Quem disse que o Brasil precisava das reformas? Quem disse isso era um setor empresarial que queria se desfazer do país inteiro, como se desfizeram no Paraná da fábrica de fertilizantes (Fafen), da usina de xisto (SIX), querem vender a Repar. Isso não é reforma. A reforma que algumas pessoas desejam é desmontar o Estado brasileiro”, afirmou Lula.

O ex-presidente também relembrou que, durante o seu governo, uma proposta tributária foi discutida entre diversos setores da sociedade e do poder público, mas não andou dentro do Congresso Nacional. A última proposta foi enviada ainda em setembro de 2007.

“Mandamos duas propostas de reforma tributária, que foram aprovadas pelos 27 governadores, por entidades empresariais e sindicatos. No Congresso ela simplesmente não andou, porque não quiseram que ela andasse. E precisamos discutir reforma tributária. Precisamos colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda, para pagar sobre lucros e dividendos”, continuou.

Lula também criticou os resultados da reforma trabalhista, que classificou como “uma destruição do que a gente tinha conquistado desde os anos do Getúlio Vargas”.

“O que sobrou no lugar? Nada. Se criou a ideia de que o cidadão ia deixar de ter carteira assinada e ia ser microempreendedor, ia trabalhar com Uber, ia trabalhar entregando comida, uma série de serviços. Essas pessoas estão descobrindo agora que ficaram escravas, porque trabalham, não têm direito a férias, não têm direito à seguridade social, a descanso semanal remunerado, se fica doente não tem nada que dê sustentação. Precisamos discutir uma lei trabalhista que dá o direito ao trabalhador de ser tratado com respeito. Queremos repor o direito do trabalhador ser tratado com decência”, finalizou.

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