Programa Melhor em Casa do SAD Foto Julio Diniz (1)

Equipe do Programa Melhor em Casa do SAD. Foto/Divulgação: Julio Diniz

Novo programa é implantado com equipe multiprofissional

Pensando em um melhor resultado e solução das feridas abertas – tanto físicas quanto emocionais – a coordenação do Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) da Secretaria de Saúde e Defesa Civil de São Gonçalo idealizou e implantou o projeto Lesão Zero há dois meses.

Com equipe multiprofissional, os pacientes são assistidos com a atenção voltada para a lesão, onde são avaliadas tecnicamente – além da abertura física – as suas condições nutricionais, psicológicas e sociais. Os resultados já começaram a aparecer. Feridas físicas abertas há cinco anos, por exemplo, começaram a ser fechadas e houve evolução do quadro clínico em dois meses. 

Programa Melhor em Casa do SAD. Foto/Divulgação: Julio Diniz

Enfermeiro, Jonathan Gonçalves Borges é o mentor do projeto. Ele viu na nova coordenadora geral do SAD, a também enfermeira Débora Rangel, a oportunidade para colocar o Lesão Zero em prática. E com a assistente social Ana Carolina Pepeu Pontes, o novo tratamento saiu do papel.

“Eu vi a necessidade de implantar um projeto para ter resultados positivos. Eu tinha uma visão de que poderia melhorar o trabalho, mas era muito aleatório. Cada equipe fazia um procedimento, que era meio padrão. Agora, os pacientes têm uma atenção personalizada. Muitas lesões externas são lesões internas. Sempre tive essa visão, mas nunca consegui implantar”, descreveu Jonathan.

A equipe multiprofissional do Lesão Zero é formada por um enfermeiro capacitado para o cuidado de lesões, uma técnica de enfermagem, nutricionista, psicóloga e assistente social. No atendimento, cada um ‘enxerga’, do seu ponto de vista profissional, o que é aquela lesão e o que pode fazer, dentro da sua área, para melhorá-la.

“Com essa atenção especial de várias áreas da saúde, nós avaliamos o paciente como um todo. É feito um levantamento psicossocial. Não é mais chegar, tratar a ferida fisicamente e ir embora. É avaliado o motivo da lesão não fechar, quais são as outras necessidades daquele paciente”, explicou Débora.

Assim, o paciente pode receber o material para realizar os curativos quando não há a visita da equipe do SAD, receber suplemento alimentar, ter uma dieta prescrita com alimentos de fácil aquisição e que vão ajudar no fechamento da ferida, inclusão em programas sociais e assistência psicológica, tudo dentro da necessidade de cada um. 

“Às vezes, a ferida não fecha por um problema nutricional, de falta de vitaminas, por exemplo. Ou é psicológico, pois a pessoa não quer que a lesão feche para ter atenção da família ou do próprio cuidador. Outras é porque não têm condições para comprar os insumos para fazer os curativos nos dias em que não há visita. Isso tudo é avaliado”, contou a coordenadora. 

Atualmente, o SAD atende a 470 pacientes – a maioria que saiu de internação – e, por isso, 80% têm lesão aberta (lesão por pressão), já que passaram muito tempo deitados; ou seja; 376 pessoas. O objetivo é que esse número caia, pelo menos, pela metade em um ano com novos materiais que estão sendo pedidos e utilizados e o novo protocolo de atendimento. Além de todos esses benefícios, o projeto também trabalha com a prevenção de novas lesões. 

“É muito gratificante ter esse retorno dos pacientes, que estão sendo curados. É um tratamento diferenciado. A gente nunca teve uma equipe só para a lesão. Isso é novo e já está dando resultados. E outro detalhe importante é que o Lesão Zero foi documentado e implantado para que tenha continuidade com as próximas equipes e coordenadores”, finalizou Débora.  

O aposentado Carlos Ferreira, de 79 anos, é um dos atendidos pela equipe do SAD. Com parte do pé esquerdo amputado após uma ferida, ele já sonha em ter uma prótese ao ver os resultados do novo tratamento.

“A minha operação foi aberta, eu não levei pontos. O médico me avisou que poderia ter uma infecção se não cuidasse direito. E aí comecei a receber a atenção desses profissionais, que são excepcionais. A cirurgia está quase toda fechada e não vejo a hora de colocar um pezinho aqui quando estiver tudo cicatrizado”, disse o idoso.   

Mãe e filho – Vanuza Rocha, de 42 anos; e Lucas Rocha dos Santos, 26, também recebem os tratamentos do SAD. Ele, através do Lesão Zero, cuida das feridas adquiridas devido à paralisia cerebral. Ela, hipertensa, é atendida pelo projeto Cuidando de Quem Cuida. 

“Eu não tenho palavras para agradecer o belo trabalho realizado por essa equipe. É muito carinho com os pacientes, principalmente com o meu filho. Serei eternamente grata pelo respeito e comunicação que tenho com eles. Quando tenho dúvidas, eu pergunto e sou muito bem orientada. Estou apaixonada e muito encantada pela comissão do Lesão Zero. O trabalho é brilhante”, elogiou Vanuza.

Humor/Colaboração: Netto

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