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A psicóloga terapeuta Roberta Massot. Foto/Divulgação

Enquanto o mercado espera uma alta significativa nas vendas de produtos e serviços na semana da Black Friday, por outro lado, muita gente espera ansiosamente a chegada oficial do dia (última sexta-feira do mês) para ir às compras e comprar até mesmo àquilo que elas não precisam, para se sentir de alguma forma inserida na campanha.

A data traz emoções, o consumidor tem a sensação de comprar por preços menores e com isso comprar muito mais, porém, os especialistas no assunto fazem um alerta para que o consumo não se torne uma prática compulsiva. Quem explica mais sobre a questão é a psicóloga terapeuta Roberta Massot:

“Comprar compulsivamente pode causar dependência: quanto mais você compra, mais quer gastar. A maioria das pessoas acha que têm compulsão por compras, mas na verdade o que elas vivenciam são apenas episódios de exagero. Compulsão é coisa séria, e deve ser tratada com acompanhamento médico e psicológico. Está ligado a baixa autoestimae outras questões emocionais. Até mesmo um sentimento de angústia ou vazio dão lugar às compras como forma de alívio”, avalia Massot, que por várias vezes ouviu relatos como este no consultório.

Um estudo conduzido na última Black Friday pela startup de inteligência artificial Emotions Meter, que analisa sentimentos nas redes sociais, identificou em usuários do Twitter que a ansiedade está entre as principais sensações do consumidor em relação à Black Friday — e quanto mais perto da data, mais intensa ela é.  O sentimento de urgência e o marketing de escassez (único dia para comprar com desconto), características da data, podem um aflorar a oniomania: compulsão por compras.

E este exagero fazendo com que haja uma perda de controle não é prejudicial apenas para a saúde mental, mas também para o bolso. É o que explica o especialista em finanças, Marlon Glaciano. “Um dos principais pontos da organização financeira é estar bem com a saúde mental e emocional. Se estamos vulneráveis emocionalmente, tendemos a comprar muito além do que precisamos, compulsivamente, e isso não é bom”, explica. 

Uma das dicas da psicóloga é que a pessoa descubra um gatilho que a leve a pensar se ela realmente precisa daquele produto e que diferença aquilo faria para ela. Já o especialista em finanças explica que é preciso ter cautela, inclusive neste tipo de evento, para fugir do endividamento e comprometer o orçamento.

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