Começou ontem (quarta-feira, dia 1/09), o Setembro Verde, movimento criado em 2007 para chamar a atenção da população para a necessidade de, por meio da doação de órgãos, salvar vidas. As comemorações foram abertas na terça-feira com a iluminação do Palácio Tiradentes, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, às 18h. Estavam presentes o presidente da Assembleia Legislativa, Andre Ceciliano, o secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe, e o coordenador do Programa Estadual de Transplante (PET), Alexandre Cauduro.
Hoje (2/09), será a vez de iluminar o principal símbolo do estado, o Cristo Redentor, às 19h. No dia 15, também haverá a apresentação de 35 jovens músicos da Ação Social pela Música. A audição será nas escadarias do Theatro Municipal, às 11h, para que o público que esteja no Centro da Cidade possa assistir e se sensibilizar com a mensagem da doação de órgãos. E dia 24 será a vez do Palácio Guanabara, sede do governo estadual, ser iluminado de verde.
No dia 27, dia Nacional do Doador de Órgãos, parentes de doadores plantarão mudas no Hospital Alberto Torres, especializado em traumas, no Jardim do Doador de Órgãos, uma pérgula construída no hospital e onde anualmente, nesta data, os parentes prestam homenagem a seus mortos doadores. O projeto fortalece a mensagem de que a doação, da mesma forma que as plantas, da frutos e flores. Também no dia 27, os Arcos da Lapa, a Igreja da Penha e o Maracanã serão iluminados, entre outros lugares-símbolo do estado do Rio de Janeiro.
O Brasil é o primeiro país do mundo em número de transplantes de órgãos feito pelo sistema público de saúde. E o estado do Rio vem, nos últimos anos, especializando profissionais e ampliando a capacidade de atendimento das suas unidades para melhorar a oferta de transplantes para a população.
Em julho passado, a Secretaria de Estado de Saúde habilitou a equipe de transplante de pulmão do Instituto Nacional de Cardiologia. Com a capacitação, o Rio de Janeiro passou a ser o terceiro estado do país a realizar esse tipo de transplante. Há 15 anos não se fazia transplante de pulmão no estado.
O Hospital Estadual da Criança (HEC) é outro exemplo. A unidade atende crianças e jovens de 0 a 19 anos, sendo a primeira instituição pública pediátrica no estado voltada para cirurgias de média e alta complexidade, além do tratamento oncológico e transplante renal e hepático. A unidade é especializada também em transplantes renais pediátricos de baixo peso, que são os que têm menos de 15 quilos.
Criado em 2010, o Programa Estadual de Transplantes (PET) foi responsável pela renovação da vida de mais de 6.900 pessoas por meio de transplantes de órgãos sólidos (categoria que engloba os transplantes de fígado, pulmão, intestino, rim, pâncreas e coração) e recuperou a saúde de inúmeros pacientes com transplantes de ossos, ligamentos e pele.
Em 2020, 1075 transplantes foram efetuados, sendo 376 córneas e 699 de órgãos sólidos, sendo 22 de coração; 270 de fígado; 384 de rins; além de um transplante simultâneo de coração e rim; 10 de rim e fígado; e 12 de rim e pâncreas. O Estado do Rio ocupa o 3º lugar em número absoluto de doadores no ranking do Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
De janeiro a julho de 2021, foram realizados 748 transplantes de órgãos, sendo 346 córneas transplantadas, 14 corações transplantados, 157 fígados, 220 rins; além de 9 cirurgias simultâneas de rins e pâncreas, 1 simultânea rim e coração, 2 simultâneas rim e fígado, 1 transplante triplo de rim, fígado e coração e uma multivisceral (fígado, pâncreas e intestino transplantados simultaneamente) e um transplante paratireóide.
Em 2019, foram 1.335 transplantes, sendo 533 de córnea; 22 de coração; um de coração e rim; 510 de rim; e 269 de fígado. Em 2018, foram 723 transplantes. Desses, 23 foram transplantes de coração, 264 de fígado e 436 de rim.
Para fazer a doação dos órgãos é preciso informar o desejo à família, pois a doação só ocorre com a autorização dos parentes próximos.