– Os reais infratores buscavam os serviços da empresa investigada para reaver a multa, tinham seus pontos zerados e acreditavam que o recurso havia sido aceito. Contudo, os pontos eram retirados por meio de fraude: ao transferir a multa para terceiros, tal empresa recebia o pagamento pelos serviços prestados e ganhava credibilidade, conseguindo novos clientes por meio de divulgação em redes sociais, principalmente motoristas de aplicativos – explicou o diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), delegado Felipe Curi.
A investigação começou em julho de 2020, quando uma empresa de locação de veículos comunicou a não devolução de um automóvel. O carro havia sido transferido de maneira fraudulenta para uma pessoa sem autorização dela. Ao ser intimada para depor, a vítima alegou desconhecer o fato e afirmou que várias infrações de trânsito haviam sido anotadas irregularmente em seu nome. Ela disse que sofreu um acidente de trânsito e teve seus documentos divulgados nas redes sociais e, em seguida, várias fraudes foram feitas em seu nome em órgãos de trânsito.
– A empresa alvo da operação também está sendo investigada por retirar dos prontuários as multas aplicadas por agentes de trânsito no Aeroporto do Galeão. Os agentes apreenderam um vasto material para futuras investigações, que vão continuar. A Delegacia do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro solicita que pessoas prejudicadas com transferências de pontos e de veículos de locadoras para seus nomes de forma fraudulenta procurem a delegacia e façam o registro – disse o titular da unidade, delegado Adriano Marcelo Firmo França.