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Trilhas ecológicas em áreas remanescentes da Mata Atlântica são atração na região hidrográfica da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro / Foto: Divulgação Fundação Grupo Boticário

Entorno da região hidrográfica da Baía de Guanabara possui 117 Unidades de Conservação com paisagens encantadoras e pouco conhecidas, protegendo parte da biodiversidade da Mata Atlântica. Apoiar e fortalecer o turismo de natureza e de base comunitária é uma das estratégias do movimento para promover a proteção de áreas naturais nos 17 municípios da região

A Baía de Guanabara, um dos principais cartões postais do Rio de Janeiro e do Brasil, pode oferecer experiências de intensa conexão com a natureza, com atrações e paisagens pouco conhecidas até mesmo pelos fluminenses. Formada por uma importante bacia hidrográfica que abraça parte do famoso espelho d’água que envolve o Pão de Açúcar e abrange 17 municípios, Guanabara possui áreas naturais bem preservadas, com florestas, manguezais, restingas, além de fauna e flora representativas da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados no Brasil.

Para desenvolver o potencial turístico ainda pouco conhecido, o movimento Viva Água, que desde 2021 reúne atores de diferentes setores em busca da segurança e qualidade hídrica da região hidrográfica de Guanabara, tem em uma de suas frentes o fortalecimento do turismo de natureza e de base comunitária para desenvolver negócios de impacto socioambiental positivo.

“Além da importância ecológica para a vida de mais de 11 milhões de pessoas, a Baía de Guanabara é um local importantíssimo do ponto de vista histórico, social e cultural, de grande valor para o nosso país. O território abriga muitos atrativos que merecem ser conhecidos e, principalmente, mais valorizados”, afirma Thiago Valente, gerente de Projetos da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

A região possui 117 Unidades de Conservação (UC), que garantem a preservação da biodiversidade na Mata Atlântica e na região costeiro-marinha, além de oferecer serviços ecossistêmicos essenciais, como o fornecimento de água, a polinização e a adaptação às mudanças climáticas. Em 2022, o movimento Viva Água publicou o estudo “Natureza que resiste na Baía de Guanabara – Segurança hídrica e adaptação às mudanças climáticas”, que além de realçar o valor ambiental do território, identifica oportunidades de negócios de impacto socioambiental positivo em setores como o turismo, a pesca, a agricultura e o mercado de carbono, entre outros.

“Temos o desafio de apoiar a criação de ecossistemas de inovação, atraindo investimentos e criando incentivo aos empreendedores. O turismo de natureza é um dos principais vetores para essa visão de desenvolvimento socioeconômico sustentável da Baía de Guanabara, com grande capacidade de conservar a natureza e gerar valor para as comunidades do entorno das unidades de conservação”, realça Valente.

Capacitação, aceleração e apoio financeiro

Para fortalecer negócios de impacto socioambiental positivo na região, a Fundação Grupo Boticário, o Instituto humanize e o IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão lançaram, em dezembro passado, o Fundo Viva Água, um fundo filantrópico para impulsionar as ações do movimento e fortalecer o ecossistema de negócios de impacto socioambiental positivo na região, com operações de crédito com juros muito abaixo das taxas praticadas no mercado e também operações de doação no modelo capital semente. O fundo oferece ainda oportunidades para investidores que querem direcionar recursos a iniciativas de impacto socioambiental e prevê a operação de uma plataforma de empréstimos coletivos, gerida pela Trê Investindo com Causa, gestora financeira do Fundo.

Desde 2019, a Fundação Grupo Boticário desenvolve no território laboratórios de inovação para a cocriação de soluções para desafios ambientais e processos de aceleração de negócios sustentáveis, tendo o turismo como um dos destaques. Entre os exemplos desses esforços está o Lab Viva Água Guanabara, que buscou soluções exequíveis, replicáveis e economicamente sustentáveis para a conservação da biodiversidade e para a segurança hídrica na região. Realizado ao longo de 2022, o processo envolveu encontros de cocriação de projetos, workshops e mentorias com especialistas em diversas áreas para o aperfeiçoamento das propostas. Ao final, três iniciativas foram escolhidas para receber um total de R$ 800 mil em apoio financeiro para serem desenvolvidas e colocadas em prática por um período de 18 a 30 meses.

Em duas edições já promovidas na Baía de Guanabara, o Programa Natureza Empreendedora, processo de aceleração que busca fortalecer e dar visibilidade a negócios de impacto positivo que contribuam com a conservação da biodiversidade, também vem apoiando iniciativas voltadas ao turismo responsável e de base comunitária, à agricultura sustentável e a práticas regenerativas. “São processos que apostam na construção de redes de cooperação e de parcerias estratégicas entre o setor privado, o poder público e as organizações do terceiro setor, sempre considerando as necessidades e interesses da comunidade”, salienta Valente.

Conheça oito exemplos de empreendimentos de turismo sustentável na Baía de

Guanabara que contam com o apoio do movimento Viva Água:

Reserva Ecológica de Guapiaçu

A Reserva Ecológica de Guapiaçu (Regua), área particular localizada no município de

Cachoeiras de Macacu, é um exemplo de como a restauração ecológica pode transformar positivamente um território. Os proprietários da reserva recuperaram uma antiga fazenda degradada a partir do plantio de mais de 600 mil árvores, que ocupam uma área de mais de 400 hectares de Mata Atlântica. O local protege nascentes do Rio Guapiaçu, que deságua na Baía de Guanabara, e também abriga um projeto piloto de reintrodução de antas na região, animal que havia sido extinto do local há mais de 30 anos. A Regua oferece um ecolodge – formato de hospedagem próxima da natureza – com 10 suítes. Também oferece um roteiro de birdwathcing, que é a observação de aves a partir da imersão na floresta com o objetivo de contemplação e registros fotográficos. (https://www.regua.org.br/)

Reserva Ecovila El Nagual

A proposta da reserva é ajudar pessoas a encontrar soluções para mudanças de hábitos, sensibilizando e abrindo novos horizontes para uma vida mais sustentável e conectada à natureza. Localizada em uma reserva particular de 17 hectares, em Santo Aleixo, distrito de Magé, a El Nagual promove diversas atividades e eventos – como cursos, encontros e workshops – que trabalham temáticas como sustentabilidade, bem-estar, permacultura, turismo ecológico, educação ambiental e arte. Vizinha ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos, funciona ainda como propriedade modelo funcional, desenvolvendo cursos experimentais e visitações guiadas, além da oferta de hospedagem e alimentação.

(https://elnagualbrasil.com/incio)

Caminhos do Manguezal

A Cooperativa Manguezal Fluminense trabalha com turismo de base comunitária na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim e na Estação Ecológica da Guanabara, primeira unidade de conservação no Brasil criada para a proteção de manguezais. Entre os serviços oferecidos aos visitantes estão passeios de caiaque, produtos artesanais, visitas e vivências com embarcação motorizada guiada na Baía de Guanabara, além de hospedagem, camping, gastronomia e plantio de mudas de árvores nativas do mangue. Por meio do projeto Caminhos do Manguezal, a cooperativa promove alternativas de trabalho e melhoria de qualidade de vida para os cooperados, além de dar voz aos moradores da região, legítimos caiçaras. (@caminhosdomanguezal_)

Remando no Manguezal

Realizado na Praia da Piedade, em Magé, o Remando no Manguezal alia a pesca sustentável e artesanal ao turismo ecológico, com os objetivos de preservar o ecossistema e gerar renda para os moradores da localidade. Desde 2019, o Remando no Manguezal promove passeios turísticos de caiaques e pequenos barcos pela área do manguezal com o objetivo de despertar a consciência ambiental dos visitantes. A promoção da pesca artesanal, com técnicas sustentáveis que respeitam o meio ambiente, gera emprego e é a maior fonte de renda do negócio. (@remando_manguezal)

GuapimirimTur

A GuapimirimTur promove experiências de visitação em áreas naturais entre a Serra dos Órgãos e a Baía de Guanabara, com foco em turismo de base comunitária, valorização da história local, educação ambiental e geração de renda. Gerando renda para os barqueiros e moradores da cidade, a GuapimirimTur oferece uma fonte secundária de renda aliada ao processo de conscientização que desestimula atividades prejudiciais à Baía de Guanabara e aos manguezais. A experiência turística é enriquecida com rotas que envolvem produtores rurais e artesãos, agregando valor aos produtos da cidade. (@guapimirimtur)

Presenthe

A empresa promove a proteção dos patrimônios naturais e culturais das cidades de Magé e Guapimirim unindo contato com natureza, esportes e desafios ao ar livre. Apostando na conscientização da população local sobre a importância dos cuidados com a natureza, a empresa também está transformando caçadores e “passarinheiros” em condutores de caminhada por trilhas da região. A Presenthe oferece diversas atividades turísticas e esportivas, como caminhadas, trilhas e voo livre. (@presentheoficial)

Trilha Caminho do Recôncavo da Guanabara

O projeto – uma das soluções apoiadas pelo LAB Viva Água – busca fomentar a economia local baseada na regeneração da biodiversidade e na restauração florestal por meio da criação de uma trilha de ecoturismo de longa distância e de base comunitária na região da “Baixada Verde”. O trajeto projetado de Duque de Caxias até Cachoeiras de Macacu, com mais de 100 quilômetros, passará por unidades de conservação e pretende incentivar a restauração florestal, a biodiversidade e o desenvolvimento de cadeias produtivas agroecológicas. Proposta pelo Instituto Sinal do Vale, a trilha permitirá contato com espécies da fauna e da flora que perduraram na região apesar dos diversos ciclos econômicos que impactaram o território. (katie@sinaldovale.org)

Zip Flor

O projeto Zip Flor pretende implementar e aprimorar um modelo replicável para a restauração ecológica de matas ciliares e nascentes por intermédio de sistemas agroflorestais e da restauração ecológica assistida. O projeto prevê a geração de trabalho e renda na região, além da educação ambiental, agroecologia, conservação e ecoturismo. A proposta do Instituto Cultural Tecnologia e Arte (Tecnoarte) deve ser implementada em áreas estratégicas para a segurança hídrica e conservação da biodiversidade, especialmente no entorno do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, localizado entre os municípios de Teresópolis, Petrópolis, Magé e Guapimirim, e no entorno do Parque Estadual dos Três Picos, que abrange os municípios de Teresópolis, Nova Friburgo, Guapimirim, Silva Jardim e Cachoeiras do Macacu. (https://tecnoarte.eco.br/?page_id=1201)

Sobre a Fundação Grupo Boticário

Com 32 anos de história, a Fundação Grupo Boticário é uma das principais fundações empresariais do Brasil que atuam para proteger a natureza brasileira. A instituição atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e em políticas públicas e apoia ações que aproximem diferentes atores e mecanismos em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Já apoiou cerca de 1.600 iniciativas em todos os biomas no país. Protege duas áreas de Mata Atlântica e Cerrado – os biomas mais ameaçados do Brasil –, somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques do Ibirapuera. Com mais de 1,2 milhão de seguidores nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas. A Fundação é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. Sites: www.fundacaogrupoboticario.org.br | www.grupoboticario.com.br | Redes sociais: @fundacaogrupoboticario

Fonte: Tamer Comunicação 

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